Ferramenta analisa selfies para apoiar decisões médicas e personalizar terapias
Os avanços tecnológicos vêm aumentando a eficiência no tratamento de doenças em todo o mundo. Agora, um algoritmo de inteligência artificial (IA) promete estimar a idade biológica de uma pessoa a partir de uma simples selfie, abrindo novas possibilidades para a medicina personalizada.
O sistema, chamado FaceAge, foi testado em seis mil pacientes com câncer na Europa e nos Estados Unidos. Os resultados mostraram que, nesse grupo, a idade biológica estimada é, em média, cinco vezes maior do que a de pessoas saudáveis.
Essa capacidade pode transformar a forma como médicos definem estratégias terapêuticas, adaptando tratamentos de acordo com o perfil individual de cada paciente.
FaceAge pode transformar a medicina
Segundo informações do portal da Conclínica, especializada em sistemas de gestão, a tecnologia é treinada com dezenas de milhares de imagens. Além disso, dados clínicos indicam uma eficiência inicial de 81%, o que traz otimismo para um uso mais amplo.
Pesquisas apontam que uma idade biológica mais elevada está associada a menores taxas de sobrevivência entre pacientes oncológicos. Esse dado reforça o valor do FaceAge como ferramenta de apoio às decisões médicas e ao acompanhamento da evolução da doença.
O algoritmo identifica detalhes faciais que vão além de sinais visíveis de envelhecimento, como cabelos brancos ou calvície. Dessa forma, essa sensibilidade permite prever a progressão do câncer e até estimar a expectativa de vida em casos terminais, contribuindo para protocolos clínicos mais eficazes.
Potencial e desafios éticos
Apesar dos avanços, a tecnologia levanta questionamentos. Pesquisadores investigam possíveis vieses raciais e interferências de fatores externos, como maquiagem e cirurgias plásticas, que podem comprometer a precisão. Há também preocupação quanto ao uso indevido por seguradoras ou empregadores.
Por isso, os desenvolvedores planejam lançar um portal para que o público possa testar o FaceAge e colaborar com novas pesquisas. Versões comerciais voltadas para uso médico estão previstas, mas especialistas alertam que o uso fora do contexto clínico pode gerar interpretações equivocadas ou ansiedade.
Avanços tecnológicos no atendimento médico
No Brasil, as doenças crônicas afetam quase 50 milhões de pessoas, segundo o IBGE, incluindo casos de câncer, hipertensão, diabetes e outras condições.
Diante desse cenário, tecnologias como o FaceAge podem se tornar aliadas para melhorar a qualidade de vida. Atualmente, 17% dos médicos no país já utilizam recursos de inteligência artificial na prática clínica.
A digitalização das clínicas também avança: 73% já adotam softwares de gestão, próprios ou terceirizados, que oferecem prontuário eletrônico, prescrição digital, agenda online e outros recursos, de acordo com levantamento da Doctoralia.
Especialistas destacam que a integração tecnológica é um caminho inevitável para ampliar a precisão de diagnósticos e otimizar tratamentos, reforçando a importância de médicos e instituições acompanharem essa evolução.