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Bem-Estar Domingo, 08 de Dezembro de 2024, 14:43 - A | A

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Coluna Bem-Estar

Distúrbios de fala na infância: saiba o que fazer

Por Thais Hott

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

Identificar precocemente dificuldades e buscar ajuda médica é essencial para garantir um crescimento saudável

FatCamera/iStock

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A fala é essencial para a comunicação e o desenvolvimento social e escolar das crianças. Além de possibilitar a interação e o entendimento de si no mundo, ela também permite a expressão de sentimentos, desejos e necessidades.

Durante o crescimento, dificuldades de fala podem ser normais em algumas etapas, mas, em certos casos, requerem atenção especial. Reconhecer sinais de distúrbios de fala é crucial para garantir um desenvolvimento saudável.

Sinais de alerta

Os primeiros anos de vida são marcados por progressos importantes na fala. Bebês, por exemplo, começam a balbuciar com poucos meses e a formar palavras simples por volta de um ano. No entanto, se uma criança apresentar dificuldades além do esperado para a sua faixa etária, pode ser um indicativo de distúrbio de fala.

Porém, para além da demora para falar, há outros sinais comuns que podem sugerir a necessidade de ajuda médica, como:

• Troca ou omissão de sons: as dificuldades em pronunciar corretamente fonemas, como substituir “casa” por “tasa”, são comuns até certo ponto, mas podem requerer atenção se persistirem após os 4 anos.
• Dificuldade de compreensão: a criança não entende comandos ou conversas simples adequadas à sua idade.
• Problemas ao contar histórias ou relatar eventos: a dificuldade em organizar palavras e formar frases pode ser um sinal de apraxia de fala ou outro distúrbio.
• Fala hipernasal ou anasalada: pode indicar alterações físicas, como fenda palatina.

É importante ressaltar que tais sinais podem variar em intensidade, e, por isso, é essencial que os responsáveis observem o comportamento da criança em atividades cotidianas. Além de acompanhar os pequenos nas brincadeiras e interações sociais, é válido também estimular conversas para identificar possíveis dificuldades.

Diagnóstico e acompanhamento

A avaliação inicial geralmente é feita por um pediatra, que pode encaminhar a criança para um profissional formado na faculdade de fonoaudiologia. O diagnóstico pode envolver exames auditivos, para descartar problemas na audição que impactem a fala, e avaliação do sistema nervoso, para observar alterações motoras. Além disso, são feitas análises das estruturas orais, como língua, lábios e palato, para identificar problemas anatômicos e de padrões de fala e linguagem.

Tratamento e intervenção

O tratamento varia de acordo com o tipo e a gravidade do distúrbio. A fonoaudiologia é fundamental para ajudar as crianças a superar dificuldades e desenvolver habilidades de comunicação. Em casos mais complexos, como fendas palatinas, pode ser necessário cirurgia e acompanhamento fonoaudiológico posterior.

Além disso, o suporte de outros profissionais, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, pode ser recomendado. Esse trabalho interdisciplinar aborda aspectos físicos, emocionais e sociais da criança, potencializando os resultados.

O papel da família

Os pais desempenham um papel essencial no tratamento. A paciência e o incentivo positivo ajudam a criança a se sentir confiante e motivada. Nesse sentido, atividades simples, como ler histórias, conversar regularmente e brincar com jogos que incentivem a fala, podem complementar o trabalho terapêutico.

Identificar e tratar precocemente os distúrbios de fala é essencial para que a criança possa atingir seu pleno potencial em comunicação e desenvolvimento. Com diagnóstico adequado e apoio contínuo, a maioria das crianças consegue superar essas dificuldades e alcançar uma vida social e escolar plena.

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