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Coluna Bem-Estar

Cultura pay-per-use: o que é a tendência?

Por Thais Hott

Da coluna Bem-Estar
Artigo de responsabilidade do autor

A busca por flexibilidade e consumo sob demanda impulsiona a cultura pay-per-use, modelo que redefine hábitos urbanos ao substituir a posse pelo uso eficiente de serviços

Imagem de wayhomestudio no Freepik

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Em um mundo cada vez mais orientado pela flexibilidade, a cultura pay-per-use surge como um modelo de consumo. A ideia central é simples: pagar apenas pelo que realmente se utiliza, evitando custos fixos desnecessários.

Essa filosofia, também conhecida como “pague pelo uso”, está transformando a forma como vivemos, trabalhamos e acessamos serviços.

O que é cultura pay-per-use

A expressão pay-per-use, “pague pelo uso”, refere-se a um modelo no qual os consumidores arcam somente com os serviços ou produtos consumidos. Em condomínios, por exemplo, isso significa solicitar serviços como limpeza, manutenção, lavanderia ou cuidados com pets apenas quando necessário, sem elevar a taxa condominial mensal.

Segundo o site do Habil Coworking, esse sistema é um método de pagamento personalizado. Nele, o cliente paga apenas pelo que usa, evitando pacotes amplos que nem sempre são aproveitados.

Já a administradora Atlântida destaca que esse modelo tem crescido especialmente em empreendimentos residenciais e aponta que sua adoção está alinhada à economia colaborativa, permitindo acesso mais democrático a serviços sob demanda.

A adesão crescente ao “pague pelo uso” no comportamento urbano

Nos últimos anos, a tendência tem se espalhado pelo mercado imobiliário. De acordo com o portal Terra, muitos condomínios passaram a oferecer facilidades sob demanda, como limpeza, academia, pet care e lavanderia, cobradas individualmente, e não embutidas na taxa fixa mensal.
Entre os atrativos da cultura pay-per-use, estão:

• Economia: o consumidor controla seus gastos mensais pagando apenas pelo que usa.
• Flexibilidade: cada morador escolhe quando e quais serviços deseja contratar.
• Comodidade: a contratação costuma ser feita por aplicativos, facilitando o processo.
• Transparência: o uso é medido individualmente, evitando custos inesperados.

O portal ABC+ acrescenta que esse modelo se destaca por oferecer mais clareza nos custos e por permitir que o cliente acompanhe exatamente o que está pagando. Além disso, essas características fazem com que o modelo ganhe força entre pessoas com rotinas variáveis ou que buscam evitar compromissos fixos elevados.

Benefícios e desafios da cultura pay-per-use

Entre os principais benefícios para os usuários, estão:

1. redução de desperdício financeiro, já que não há pagamento por serviços não utilizados;
2. acesso sob demanda, com contratação imediata por aplicativos ou plataformas;
3. valorização do imóvel;
4. possível sustentabilidade, ao evitar serviços contratados sem necessidade.

Por outro lado, o modelo apresenta desafios. A Atlântida observa que a cobrança individual pode exigir infraestrutura tecnológica robusta e adaptação dos prédios. Ainda, parte dos moradores pode oferecer resistência por não estar familiarizada com o modelo.

Dentro da lógica de pagar conforme o uso, um exemplo é o carro por assinatura. Nesse modelo, o usuário não precisa possuir o veículo, mas paga pelo período de uso, podendo trocar de modelo, escolher prazos mais curtos e ajustar o serviço conforme sua necessidade.

Essa prática elimina despesas associadas à posse, como manutenção e seguro, e se encaixa na lógica da flexibilidade que caracteriza o conceito de pay-per-use.

Consolidação do modelo

A expansão da cultura do “pague pelo uso” está ligada a mudanças amplas no comportamento do consumidor. Entre os fatores que impulsionam a tendência, estão:

• crescente urbanização e busca por mobilidade sem necessidade de posse;
• avanços tecnológicos, que permitem medir o consumo com precisão;
• pagamentos digitais, que tornam o processo mais simples e rápido;
• maior procura por serviços personalizados e sob demanda.

A administradora Atlântida destaca ainda que a tendência já era visível antes da pandemia, mas o isolamento social acelerou a procura por modelos mais flexíveis e com menos compromissos fixos.

Logo, a cultura “pay-per-use” representa uma mudança significativa nas formas de consumo, afastando-se dos compromissos fixos para adotar escolhas mais livres. No comportamento urbano contemporâneo, o modelo oferece uma alternativa econômica, prática e personalizada.

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