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Política Quarta-feira, 03 de Fevereiro de 2010, 12:10 - A | A

Quarta-feira, 03 de Fevereiro de 2010, 12h:10 - A | A

No primeiro dia de trabalho na Câmara, vereadores criticam postura e administração de Nelsinho

Ana Maria - Capital News

No primeiro dia de trabalho da Câmara Municipal da Capital, os vereadores começaram 2010 falando dos ressentimentos guardados para com o Executivo, desde o ano passado, quando o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) disse que na Cãmara existiam vereadores que “posavam de bons mocinhos”. Thaís Helena (PT) afirmou de maneira fervorosa que quer saber quem é o “caráter que está faltando” dentre os 21 parlamentares que compõem a Casa de Leis. Ela exige uma retratação pública do prefeito.

Os discursos de hoje (3) começaram a ficar mais direcionados ao prefeito quando Alcides Bernal (PP) falou sobre os estragos das chuvas nas ruas da Capital, que, segundo ele, devem ser tratados com emergência, sem esperar o verão passar, como havia dito Nelsinho na sessão da Câmara de ontem. Essa foi uma das indicações do vereador, que em sua “palavra livre” afirmou que o Poder Legislativo está sendo julgado injustamente e culpado por erros do Poder Executivo.

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Bernal enfatizou que a Câmara é cobrada, mas que o dinheiro para infraestrutura está com o Executivo
Foto: Nadia Nadalon/Capital News

O prefeito havia dito na manhã de ontem na Câmara, que pediu policiais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para dar segurança aos médicos e para que mais profissionais queiram trabalhar no local. Sobre isso, Bernal afirmou: “Falta médico. O povo não precisa de polícia nos postos. E lá, os policiais não dão segurança para médico, só cria um clima de constrangimento.”

Bernal frisou que há cobrança da Câmara e que o dinheiro para a contratação de pessoal e para melhoria de infraestrutura está nos cofres do município.

O presidente da Casa, Paulo Siufi (PMDB), chegou ao local durante a fala de Bernal. Ele havia se ausentado para inauguração da Unidade de Saúde no Bairro Vida Nova III. Após fala do colega, Siufi comentou em concordância, assim como Marcelo Bluma (PV). “Se estamos incomodando algumas pessoas [o que seria uma indireta a Nelsinho], é porque estamos trabalhando. (...) Não somos cordeirinhos de ninguém, ao contrário, somos independentes”, disse o presidente da Câmara, Siufi. “Estão jogando no Legislativo, as mazelas do Executivo”, declarou Bluma.

“Existe um complô para detonar o Legislativo. Quando é o Executivo que traz as coisas [projetos] prontas. Por exemplo, a questão do transporte coletivo e do IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] vêm para cá prontos. Não temos poder sobre o valor da tarifa. Mas, nos culpam. Todas as questões negativas jogam para a gente [Câmara]”, afirmou Lídio Lopes (PP), que também pediu aparte a Bernal.

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Lídio fala em "complô" contra o Legislativo; para ele, problemas são causados pelo Poder Executivo
Foto: Nadia Nadalon/Capital News

Thaís Helena (PT), em aparte da fala de Bernal, pegou carona nas falas dele, criticando o Poder Executivo. Ela foi direta ao mencionar o nome do prefeito sobre as frases que deixou escapar no fim do ano passado em relação à atuação dos vereadores, quando o tema era a Lei da Antipornografia, a qual é apoiada pela vereadora e foi vetada pelo prefeito.

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Thaís Helena diz que vai entrar na Justiça para que Nelsinho se retrate pela frase: "Na Câmara tem vereadores que posam de bons mocinhos"
Foto: Nadia Nadalon/Capital News

Sobre a lei, aprovada por unanimidade pelos vereadores, Thais Helena disse que continua sendo a favor, e que os vereadores deverão refazer o texto, deixando mais claro com a explicação do que são os “objetos pornográficos” que não poderão ficar expostos conforme a lei. Segundo ela, o prefeito deve ter entendido que “calcinha e cueca é objeto pornográfico, e não é”.

A vereadora afirmou que se o prefeito não se retratar publicamente e a Câmara não interpelar, ela entrará na Justiça para que Nelsinho seja obrigado a responder pelo que disse contra os vereadores. “Se o prefeito diz o que quer para a imprensa, imagina então a população o que pode dizer?”, enfatizou, referindo-se a pesquisa que condena a Câmara e aprova a Prefeitura, em questão de popularidade.

Por: Ana Maria Assis - (www.capitalnews.com.br)

 

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