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Polícia Quinta-feira, 18 de Junho de 2009, 09:13 - A | A

Quinta-feira, 18 de Junho de 2009, 09h:13 - A | A

Bombeiros são apontados como donos de bares na Capital, algo proibido em lei

Marcelo Eduardo - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Dois oficiais superiores do Corpo de Bombeiros seriam proprietários de duas das mais conhecidas casas noturnas da Capital, o Tango Bar e o Miça Bar (inaugurado há poucos meses). Esta é a afirmação da corregedoria da Corporação.

As irregularidades seriam as seguintes: os estabelecimentos comerciais e de entretenimento funcionariam sem autorização ambiental; militares seriam proibidos de terem negócios desse tipo enquanto estão na ativa, conforme a legislação vigente.

De acordo com os levantamentos da corregedoria do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Leonardo Varanda Coimbra seria dono do Tango, que fica na rua da Paz (entre ruas Bahia e Rio Grande do Sul), área nobre da cidade.

Já o coronel Carlos José Roledo, segundo a corregedoria, seria, junto com o filho José Carlos Roledo Júnior, dono do Miça Bar, localizado na avenida Afonso Pena, local mais caro da Capital.

Apuração

Os militares podem estar envolvidos em pelo menos duas irregularidades. Em entrevista concedida ao Capital News, o comandante do Corpo de Bombeiros coronel Ociel Ortiz Elias conta que abriu inquérito para averiguar se os estabelecimentos realmente pertencem aos militares. “Estes estabelecimentos precisam ter os projetos aprovados pelos bombeiros. O Tango Bar apresentou e teve o projeto aprovado em novembro de 2008. O Miça Bar teve o projeto aprovado em março de 2009. Aparece como proprietário do Tango, para nós, Eugênio Rafael Roledo Moreti. Como proprietário do Miça Bar aparece Abedias Ferreira Corimbra. O que acontece... chegou a nossas mãos um ofício da Promotoria de Justiça Militar que tinha anexos um contrato que mostra que o coronel Roledo é proprietário do Miça e uma ação trabalhista onde o coronel Coimbra é cotista do Tango. Nós abrimos um IPM (Inquérito Policial) para averiguar isso. Um coronel cuida da investigação e tem 30 dias, a contar de ontem, para apresentar resultados”, conta o coronel.

O comandante coronel Ortiz é enfático. “De acordo com o Código Penal, militares na ativa não podem ter comércios. Caso seja confirmado isto, serão punidos.”

O documento com os anexos onde constam os nomes dos militares foi enviado pela promotora Tathiana Corrêa Pereira da Silva Façanha.

Esta não é a única questão que pesa sobre os militares. Os bares também podem não ter licença ambiental. Isso é o que apura o delegado Fernando Villa, da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista.

“Está sob investigação ainda. Mas, nós recebemos denúncia de que não há licença. Vamos averiguar”, disse ao Capital News. Moradores próximos teriam ligado informando que o barulho nos locais e bastante alto por não haver isolamento acústico, conta. O Tango Bar funciona há cerca de dez anos na Capital. O Miça foi inaugurado em 2009.

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