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Política Terça-feira, 01 de Junho de 2010, 12:03 - A | A

Terça-feira, 01 de Junho de 2010, 12h:03 - A | A

Se PMDB nacional o obrigar a tomar decisão contrária à sua sobre presidenciáveis, André vai \"insurgir\"

Marcelo Eduardo - Capital News

O governador André Puccinelli se posiciona novamente que não aceitará interferência da cúpula nacional do PMDB em sua decisão sobre apoio aos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB).

“Se houver fechamento de questão lá, nós nos insurgiremos. Porque tradicionalmente o PMDB é um partido democrático e tem posto posição: por sua maioria lança posição, mas respeita, quando procedente – com algumas justificativas – opiniões diversas das suas. Isso se refere tanto a nós quanto a aqui Campo Grande”, afirma André, durante cerimônia de assinatura de convênio entre a Polícia Militar e a Prefeitura da Capital, realizado na manhã desta terça-feira (1º), na Praça do Rádio Clube.

Fechamento de questão seria, segundo explicação do governador, algo como uma obrigatoriedade imposta pela maioria ou pelos mais poderosos hierarquicamente dentro do partido. André disse que não aceitará essa situação. “Nós temos que analisar as vontades de todo. Fechamento de questão é uma medida que é tomada eventualmente em alguns partidos quando a grande maioria se define e alguns membros não acompanham. O PMDB nunca, tradicionalmente, fez fechamento de questão. Querem fazer fechamento de questão lá em cima, com a consulta do Eduardo Cunha ao TSE? Não sei. Nós vamos ver.”

Eduardo Cunha, deputado federal pelo Rio de Janeiro e um dos nomes mais próximos a Michel Temer fez, a mando do presidente da legenda, consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedido sobre a possibilidade de um equilíbrio partidário, fazendo com que se, nacionalmente, o partido se vincule ao PT, regionalmente deva fazer o mesmo.

A resposta de André aio ser indagado sobre sua atitude se isso, por ventura, ocorrer: “Ir contra a orientação.”

Indagado se essa afirmação confirmaria seu apoio a Serra e mão a Dilma, ele desconversa: “Não. Eu quero saber qual é a proposta, qual é o programa.”

André afirma que ainda não se encontrou com Serra e que deve fazê-lo em breve. “Vamos conversar antes das convenções partidárias: a do PMDB é dia 12”, comenta.

Motivo da indecisão

Michel Temer, presidente nacional peemedebista, quer que todos os Estados acompanhem as tendências da Executiva, ou seja, garantir palanque à ex-ministra-chefe da Casa Civil, da qual será vice na chapa. Todavia, por aqui, PMDB e PT são adversários ferrenhos em toda a história das siglas.
Além disso, o apoio de André a Dilma equivaleria ao automático lançamento de outra candidatura ao governo do Estado de Mato Grosso do Sul, a da senadora Marisa Serrano. Vice-presidente nacional dos tucanos, ela teria que conceder palanque para Serra aqui. Um nome forte a mais na disputa ocasionaria possíveis perdas de votos a André em sua tentativa de reeleição, que, por enquanto, tem como principal opositor o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca do PT).

Na Capital

Já o prefeito de Campo Grande parece inclinado a permanecer com seu apoio a Dilma, mesmo a contragosto de seu partido e das legendas aliadas. No mesmo evento de hoje, ele comentou que fica ao lado de quem ficar com Campo Grande. “A prioridade é a reeleição daquele que considero meu líder político, que é o governador André Puccinelli. E, quanto a questão presidencial, já disse e reitero mais uma vez: ‘Sou Campo Grande Futebol Clube.’ Quem estiver estendendo a mão a Campo Grande terá o meu apoio.”

Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

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