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Saúde Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008, 07:13 - A | A

Segunda-feira, 24 de Novembro de 2008, 07h:13 - A | A

Tabagismo é tema de fórum realizado pela Secretaria de Saúde

Da Redação (JG)

De 26 a 29 de novembro a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realiza o Fórum de Mobilização Social para Promoção de Ambientes Livres do Fumo, no Hotel Chácara do Lago, na Capital, em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Câncer – 27 de novembro.

O evento tem como objetivo a formação de multiplicadores e a concretização e fortalecimento das ações de controle do tabagismo em Mato Grosso do Sul. Para cada um dos 78 municípios do Estado foram distribuídas duas vagas direcionadas aos coordenadores municipais do Programa de Prevenção Primária de Câncer/Tabagismo e a outro técnico da área.

O tabagismo representa um problema de saúde pública. Além das conseqüências à saúde, também provoca enormes custos sociais, econômicos e ambientais. Em países desenvolvidos, os custos relacionados aos cuidados com as doenças associadas ao tabagismo consomem de 6% a 15% do gasto total com saúde. Em todas as idades, o custo médio com cuidados à saúde de fumantes supera o de não-fumantes. Quanto aos danos causados ao meio ambiente, destaca-se a poluição por pesticidas e fertilizantes durante o plantio bem como o desflorestamento necessário para a cura da folha de tabaco.

Em se tratando ainda de saúde pública também deve-se analisar os efeitos do tabagismo passivo. A exposição involuntária à fumaça ambiental do cigarro aumenta o risco de câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica e insuficiência coronariana. Em crianças, aumenta o risco de sintomas respiratórios, episódios de asma, episódios de doença respiratória aguda, síndrome da morte súbita na infância e infecções de ouvido médio. Estudos sobre os efeitos na gravidez e feto mostram que o tabagismo passivo aumenta o risco de baixo peso ao nascer e de mortalidade perinatal. Durante a gravidez, o tabagismo está associado ao aumento do risco de descolamento prematuro de placenta e hemorragia no pré-parto.

No Brasil, o tabagismo passivo é responsável pelas 2.655 mortes causadas todos os anos. O tratamento com essas pessoas custa R$ 19,15 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). Além do valor utilizado no tratamento, as mortes dos fumantes passivos onera o Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) em R$ 18 milhões por ano, que precisa custear o pagamento de pensões ou benefícios. Estes dados compõem a pesquisa “Impacto do Custo de Doenças Relacionadas com o Tabagismo Passivo no Brasil”, realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Não havendo uma mudança de curso da exposição mundial ao tabagismo, a Organização Mundial da Saúde estima que o número de fumantes passará do ano 2000 a 2030 de 1,2 bilhões para 1,6 bilhões, e que o número de mortes anuais atribuíveis ao tabagismo aumentará de 4,9 para 10 milhões, sendo que 70% ocorrerão nos países menos desenvolvidos. Atualmente, o tabaco é um dos principais responsáveis pela carga de doenças no mundo, causando cerca de uma em cada oito mortes. Um em cada três adolescentes fumantes morrerá, prematuramente, devido ao tabagismo.

A pesquisa (por amostragem) “Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis” – referente ao período 2002/2005 – também realizada pelo Inca, foi aplicada em 17 capitais do país, inclusive em Campo Grande.

De acordo com os dados na capital sul-mato-grossense, dos 308 homens e das 389 mulheres entrevistados, 44,2% e 55,8% eram fumantes respectivamente. Em relação à faixa etária, do total de participantes da pesquisa 206 tinham entre 15 e 24 anos, 332 estavam entre 25 e 49 anos e 159 tinham 50 ou mais anos de idade. Sobre a escolaridade, descobriu-se que 38,5% do total dos entrevistados tinham o ensino fundamental incompleto e 61,5% possuíam o ensino fundamental completo ou mais anos de estudo.

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