Novas informações sobre as irregularidades no Hospital Regional e Hospital Universitário, veiculadas no Bom Dia MS desta segunda-feira (1º), envolveram o nome da secretária de estado de saúde, Beatriz Dobash, num suposto esquema para favorecer uma clínica particular de oncologia da Capital.
De acordo com as escutas, autorizadas pela Polícia Federal, realizadas entre agosto e setembro do ano passado e em maio deste ano, diretores de hospitais públicos e a Secretaria Estadual de Saúde recusaram a proposta do Ministério da Saúde de ceder equipamentos doados para o setor de radioterapia.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as denúncias referentes aos dois hospitais, vereador Flávio César, contou ao CapitalNews como recebeu a notícia. “Ficamos surpreendidos com as informações noticiadas hoje. Vamos reunir a comissão para avaliar as medidas que iremos tomar”, comentou.
O vereador contou ainda que recebeu hoje a liberação do juiz da 5ª vara criminal, Dalton Igor Kita Conrado, para ter acesso ao inquérito que contém as escutas da Polícia Federal. “Essa é uma peça importante para a CPI fazer a apuração dos fatos”, destacou Flávio.
A data da reunião entre os parlamentares que compõem a CPI não foi informada. O vereador disse que irá marcar com os outros pares.
Oitiva
Também na manhã desta segunda-feira (1º), a CPI da Saúde da Câmara Municipal ouviu o ex-diretor do Hospital Universitário, Gualberto Nogueira. Ele coordenou o hospital entre 1992 e 1996 e entre 2007 e 2009, antes do doutor José Carlos Dorsa, que também é alvo das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.
Ele apontou que o principal problema do hospital está na falta de recursos, não só no setor de oncologia. Gualberto disse que à época apontou à reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Célia Maria Silva Correa Oliveira, que seriam necessários investimentos de cerca de R$ 30 milhões para resolver problemas no hospital, mas não foi atendido.
Em 2009 Gualberto pediu sua exoneração e deixou o hospital, sendo então substituído por Dorsa.
Na avaliação do presidente da CPI, Flávio César, o depoimento de Gualberto “é mais um elemento para fazer o resgate histórico dos fatos e identificar o momento em que houve o sucateamento do Hospital Universitário”.
As informações apresentadas por Gualberto, segundo o vereador, também irão subsidiar a acariação da próxima quinta-feira (4), quando a CPI confronta a reitora da UFMS Célia Maria, o ex-diretor José Carlos Dorsa e a Física Médica responsável pelo serviço de radioterapia do hospital, Regina Borges Prestes César.