Na manhã de quarta-feira, 5 de agosto, a enfermaria da Santa Casa da Capital vai permanecer paralisada por três horas. A medida foi tomada porque os cerca de 950 funcionários deste setor exigem 15% de aumento do salário. A nova gestão do hospital, sob responsabilidade de Pedro Chaves, oferece 7%, conforme direção de comunicação do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul). Assembleias marcadas para esta semana decidem se a categoria entra ou não em greve.
Conforme o Siems, além dos 15% de reajuste, a categoria quer que a renovação das cláusulas do acordo coletivo sejam cumpridas e que melhorias no ambiente de trabalho sejam feitas. “Nossa categoria está adoecendo, são muitas doenças psicossomáticas e síndromes, como a do pânico, por exemplo”, explica Célio Oscarbin, diretor de comunicação da entidade.
Mesmo com a paralisação, setores essenciais, como o CTI (Centro de Terapia Intensiva) não vai parar. Se houver greve, 30% dos trabalhadores vão continuar atuando, garantem. “Nós não queremos, de forma alguma, prejudicar ninguém. Então, os serviços vão continuar”, diz Célio.
A categoria está dividida em três: os auxiliares de enfermagem (que recebem R$ 658.58,00); os técnicos de enfermagem (que ganham R$ 709.93,00); e os enfermeiros com formação em nível superior (com salário de R$ 1.979.92,00). A reivindicação é de aumento de 15% para cada um dos níveis.
Ao menos 13 mil trabalhadores neste setor atuam em Mato Grosso do Sul. Em todo o território nacional, ainda não existe um piso para a categoria. “O que existe é uma média salarial que varia por região. Em Mato Grosso do Sul, a média são estas informadas e pagas pela Santa Casa.”
A medida de paralisação não afeta outros hospitais do Estado, mas atinge o maior e mais procurado deles. A data base para reajuste salarial da categoria é 1º de maio, mas, segundo o Siems, as conversas tiveram início ainda em março. “Todos os hospitais cumpriram, menos a Sant casa. A categoria se sente desprezada. Sente que há descaso por parte do Hospital”, diz Célio.
A direção da Santa Casa da Capital foi procurada pelo Capital News. Através da assessoria de comunicação, o instituição coloca que “a posição da Santa Casa é que quarta-feira isso será discutido”. Não há detalhes sobre os valores dos reajustes propostos pela entidade. Conforme a assessoria, não haverá problemas quanto ao atendimento à população, mas admite que, os funcionários de plantão “devem ficar sobrecarregados”.
A Santa Casa passou por processo de devassa e novas gestões. Há pouco mais de um mês a nova administração, sob comando de Pedro Chaves, assumiu. Problemas com falta de leitos no CTI foram expostos de vez. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) chega a locar leitos em hospitais particulares para receber a população pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas, mesmo assim, a medida não é suficiente, uma vez que um rapaz morreu no dia 18 de junho à espera de vaga, ainda na Santa Casa.