O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as irregularidades no Hospital do Câncer Alfredo Abrão e Hospital Universitário, o vereador Flávio César (PT do B) afirmou na manhã desta terça-feira (18), que a comissão irá estudar a possibilidade de uma acariação entre as pessoas que foram ouvidas pela comissão para esclarecer contradições.
Segundo o parlamentar, a comissão deve convidar o ex-diretor do HU, João Carlos Dorsa Vieira Pontes, a reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Célia Maria Correa Oliveira, a presidente do Conselho Gestor do HU, Silmar de Fátima Lima Ramos, e a física médica, Regina Borges Prestes César.
Para Flávio César é necessário esclarecer alguns pontos que entraram em contradição com os depoimentos durante as oitivas. Uma das contradições é o fato da afirmação da reitora, Célia Maria de que o nome de Dorsa para ocupar o cargo de direção do Hospital Universitário, foi indicado pelo vice-reitor, João Ricardo.
Em seu depoimento, João Carlos Dorsa afirmou que a UFMS e a reitoria tinham conhecimento de suas ações, mas Célia Maria afirmou ontem durante a oitiva, que Dorsa tinha autonomia na unidade hospitalar.
Já, Regina Borges denunciou que sofre ameaças pelo ex-diretor, e que tentou alertar a reitora sobre as irregularidades no setor de oncologia do HU. Célia desmentiu sobre ameaças e afirmou que nunca foi procurada por Regina.
Segundo Flávio César, os membros da Comissão irão se reunir amanhã para decidir sobre a acariação. Na manhã da segunda-feira, a médica Regina Borges, pediu proteção para os parlamentares e afirmou que sofria ameaças por parte do ex-diretor.
Sobre o pedido de proteção, Flávio César informou que a CPI irá expedir um ofício ainda nesta terça-feira para a Polícia Federal relatando a declaração de Regina Borges, e pedindo a proteção para a testemunha.
O parlamentar avaliou o saldo dos depoimentos como positivo, mas que ainda irão avaliar se os encaminhamentos estão a contento. Flávio César também pontuou que irão investigar as causas do novo fechamento do setor de oncologia do HU, reaberto em setembro do ano passado, pela aprovação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e em menos de um ano, apresentaram novo relatório contendo mais de 20 itens a serem revistos e que deixou mais de 29 pacientes sem atendimento.