Campo Grande 00:00:00 Terça-feira, 07 de Outubro de 2025


Rural Terça-feira, 21 de Outubro de 2008, 11:32 - A | A

Terça-feira, 21 de Outubro de 2008, 11h:32 - A | A

Safra de grãos atual é “vôo cego”, diz representante do setor agropecuário

Da Redação

O presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Cristiano Simon, disse ontem (20) que a dificuldade de acesso ao crédito prejudicará a produtividade da safra que se inicia. Segundo ele, “o fato da crise mundial ter pego o agricultor num momento de plantio, terá conseqüências [no resultado da colheita]”.

Simon explica que aqueles produtores que não se abasteceram com insumos, dificilmente conseguirão se abastecer agora, a não ser que tenham recursos próprios. “Com tudo isso, agravado pela queda dos preços das commodities, a safra atual é um vôo cego. Ninguém sabe o que vai colher pela safra que vai plantar. Não sabemos como vai ficar a renda do agricultor”.

Caso o cenário atual persista, Simon acredita que o agricultor vai reduzir a área plantada e o uso de insumos e tecnologia, o que ocasionará uma safra menor que a de 2007/2008, que atingiu o recorde de 143,8 milhões de toneladas de grãos. Se essa perspectiva se confirmar, seria a primeira queda de produção em três safras.

“Houve enxugamento de todas as linhas de crédito, tanto do setor bancário como do setor de insumos, que tradicionalmente financia a venda de seus produtos, e também das companhias de trading, que fazem a compra futura do grão que será colhido. Tudo isso desapareceu da noite para o dia”, afirmou.

A pior situação, segundo o especialista, é a dos produtores do Centro-Oeste. “Esses agricultores devem sentir mais os impactos por estarem mais endividados, devido a todas as situações que passaram nas últimas safras”, disse. A região sofreu com problemas de seca e queda de preços das commodities agrícolas entre 2003 e 2006.

Apesar do governo ter disponibilizado R$ 5 bilhões em recursos antecipados do Plano Safra 2008/2009 e ter elevado a exigibilidade de aplicação do bancos em crédito rural, o que representou mais R$ 5,5 bilhões, os produtores reclamam que não têm conseguido acessar esse crédito.

Em São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo cuida “com carinho” para que não falte crédito no país, principalmente para setores mais necessitados, como a agricultura e a construção civil. (Fonte: Agência Brasil)
.
 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS