Segunda-feira, 15 de Setembro de 2008, 10h:15 -
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Produção de soja está 49% mais cara em Dourados
Da Redação (JG)
Pesquisa da Embrapa Centro-Oeste aponta que a produção de soja está mais cara em Mato Grosso do Sul com relação ao ano passado. O custo para os produtores já é indicado como o mais elevado das últimas sete safras.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, Alceu Richetti, em Dourados, a estimativa de custo por hectare para a soja transgênica ficou 49,1% maior que a safra passada, atingindo R$ 1.705,05. Já a soja convencional teve um aumento de 48,2%, chegando a R$ 1.657,34.
Nos municípios vizinhos, a Embrapa pesquisou o custo da soja convencional. Segundo com os resultados, em Maracaju, o custo por hectare ficou em R$ 1.767,86, um aumento de 35,5%; em Ponta Porã, R$ 1.696,95, aumento de 39,7%; em Chapadão do Sul, R$ 1.759,07, salto de 35,0% e em São Gabriel do Oeste, R$ 1.782,62, aumento de 41,9%.
Conforme o pesquisador, Alceu Richetti, o produto mais caro na lista dos insumos é o fertilizante. Segundo a pesquisa, na safra 2007/08, o produtor que gastava, em média, R$ 280 para adubar um hectare, na próxima terá de desembolsar, em média, R$ 540, o que totalizou um aumento de 92,9%.
Já os herbicidas, que na safra 2007/08 representavam 9,0% do custo total, na safra atual reduziram sua participação para 7,4%, apesar do aumento de preços de algumas marcas.
A pesquisa sinalizou ainda que as sementes mantiveram sua participação ao redor de 6,8%, do custo total. Quanto aos fungicidas, o pesquisador explica que foram consideradas duas aplicações na análise, tendo nesta safra um impacto médio de 3,8%.
Grão e Financiamento
Em relação ao milho, cultivado na safra de Verão, os aumentos nos custos foram consideradas pela pesquisa, semelhantes aos da soja. Em Dourados, o custo de produção por hectare, no sistema convencional, é de R$ 2.152,90 e, no sistema plantio direto, é de R$ 2.088,49. Em Chapadão do Sul, no sistema convencional, o custo é de R$ 2.525,45 e no sistema plantio direto, é de R$ 2.473,62.
Hoje, pelas estimativas apresentadas, os custos médios, por saca, estão abaixo dos preços praticados no mercado, indicando ganhos para o produtor de soja. Já os preços da saca do milho estão em baixa no mercado, podendo causar indecisões para o produtor de milho. Esta baixa está relacionada com a entrada no mercado do milho safrinha.
Os empréstimos do Banco do Brasil para os agricultores familiares devem somar R$ 7,2 bilhões na safra 2008/2009, ante R$ 6 bilhões no período anterior, segundo o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes.
Ao site da Agência Brasil, ele disse que o programa está alcançando este ano mais de 1,2 milhão de famílias de agricultores familiares.
O financiamento da agricultura familiar é feito apenas por bancos oficiais e o Banco do Brasil é responsável por cerca de 70% dos empréstimos. O restante é dividido entre o Banco do Nordeste, o Banco da Amazônia e cooperativas de crédito.
O financiamento é concedido por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Segundo o vice-presidente, de 2003 até hoje o crédito rural concedido pelo Banco do Brasil, via Pronaf, cresceu 290%, passando de R$ 2 bilhões na safra 2002/2003 para os atuais R$ 7,2 bilhões previstos. (Com informações de Dourados Agora)