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Rural Segunda-feira, 02 de Abril de 2012, 11:15 - A | A

Segunda-feira, 02 de Abril de 2012, 11h:15 - A | A

Endividamento leva usinas de álcool à venda

Dirceu Martins - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Usinas estão sendo colocadas à venda para que administradores possam quitar dívidas bancárias assumidas em safras passadas, segundo estima a União da Indústria da Cana (Única). Na região Centro-Oeste, dezenas de projetos de novas unidades foram colocados à venda, sendo dois do Grupo Benedini, em Mato Grosso do Sul, mas em função da crise no setor, com várias das unidades já instaladas à venda e com dívidas que superam o patrimônio físico do parque instalado, para estes projetos, não há interessados.

Há excesso de ofertas, aproximadamente 40 usinas sendo oferecidas para compra no país, e demasia de cautela pela situação de risco que o setor ainda apresenta. Clima adverso, aumento de custos e incerteza de preços levaram o setor à atual situação. A busca por novos financiamentos para a renovação dos canaviais, modernização de equipamentos e estocagem da produção, são barrados por falta de garantias.

A esperança reside em investidores estrangeiros, o que tem feito que usineiros com dívida bancária, procurem formas de renovação destes empréstimos, enquanto seus corretores buscam principalmente grupos asiáticos e árabes dispostos a investir no Etanol.

A alternativa que tem se apresentado para alguns, é a paralisação das atividades durante esta safra, por receio de verem seus encargos financeiros, insustentáveis. É emblemático o caso da usina Itamarati em Cuiabá (MT), colocada a venda por não haver conseguido renegociar tributos e dívidas, também por elas estarem vinculadas com bancos norte-americanos que enfrentaram longo período de crise econômica.

Produtores de outros estados, como o Paraná, sentem-se vítimas da guerra fiscal, que permite a Mato Grosso do Sul entregar o álcool produzido aqui em valores mais baixos que os daquele mercado. Mato Grosso do Sul produz, hoje, 2 bilhões de litros para um consumo interno de 300 mil litros que são comercializados com os outros estados.

Os usineiros culpam a falta de definição por parte do governo federal da real função que o etanol irá assumir, a longo prazo, na matriz energética brasileira. Hoje, em razão desta indefinição, não se consegue evitar a perda de competitividade para a gasolina. O próprio consumidor sente isso, e isto fica claro nos índices que mostram retração na venda de automóveis flex.

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