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Rural Sexta-feira, 05 de Novembro de 2021, 10:56 - A | A

Sexta-feira, 05 de Novembro de 2021, 10h:56 - A | A

Agricultura sustentável

Embrapa apresenta tecnologias de fixação de carbono e nitrogênio no solo na COP26

Reunião de líderes mundiais buscou definir metas de ações ambientais globais

Silvio Ferreira
Capital News

Divulgação/MMA

Embrapa apresenta tecnologias de fixação de carbono e nitrogênio no solo na COP26

Presidente da Embrapa e empresários brasileiros durante ös paineis na COP.

A Embrapa divulgou o potencial e as soluções para produzir de forma sustentável e minimizar o impacto das mudanças climáticas durante o encontro de lideranças mundiais na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia. Celso Moretti, presidente da empresa considerada referência no setor em todo o mundo, apresentou tecnologias de mapas de carbono orgânico do solo com ênfase no exemplo da fixação biológica de nitrogênio, desenvolvidas pela empresa. 

 

Carbono orgânico

Segundo Moretti, “O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura”, comentou. “O presidente da COP26, Alok Sharma, em visita à Embrapa Cerrados, em agosto passado, chamou a atenção para a importância de compartilhar a experiência da nossa ciência com outros países", lembrou. "A agricultura é parte da solução e não dos problemas que causam as mudanças climáticas”, defendeu o pesquisador.

 

A Embrapa fez parte de um painel especial sobre pecuária sustentável e temas como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) - agricultura de baixo carbono, carne carbono neutro e as tecnologias em desenvolvimento de leite carbono neutro e bezerro e couro de baixo carbono - que contou com a participação do secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire, e do CEO da JBS, Gilberto Tomazoni.

 

Experiência brasileira para o sul da Ásia

Um dos mais importantes painéis da programação paralela da COP26, sobre a busca de soluções para redução das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, foi a apresentação, coordenada pelo Programa de Meio Ambiente Cooperativo da Ásia do Sul (Sacep), sobre os resultados positivos da fixação biológica de nitrogênio, que tem contribuído significativamente para a sustentabilidade da agricultura nacional. 

 

No painel "Atualização do NDC e oportunidades de nitrogênio-clima: do sul da Ásia ao mundo", o presidente falou sobre a tecnologia da fixação biológica e a economia de R$ 28 bilhões por ano. “Ao mesmo tempo em que economizamos, deixamos de emitir 100 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera”, explicou.  

 

Referência para o mundo, o País foi convidado a apresentar a tecnologia para formuladores de políticas de alto nível do Afeganistão, Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka, países-membros do Sacep.

 

“A preocupação dos países-membros do Sacep são os impactos do óxido nitroso e seu potencial até 300 vezes maior que o do gás carbônico nas alterações do clima. Daí o interesse em conhecer o que tem sido feito no País ao longo das últimas cinco décadas”, destacou.

 

Moretti também falou sobre os investimentos na ciência agropecuária nacional, a disseminação dos resultados da pesquisa em todo o território e a importância do agro para o Produto Interno Bruto (PIB), correspondente a 26,3%. “E tudo isso fundamentado em diretrizes com foco na sustentabilidade, de forma produtiva e competitiva”, destacou. 

 

O presidente da Embrapa também mediou o painel coordenado pela BRF, multinacional brasileira e uma das maiores empresas globais de alimentos, sobre sustentabilidade da cadeia produtiva de suínos e aves no País. A vice-presidente global de Relações Institucionais, Reputação e Sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti, falou sobre ESG (sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança) e redução da produção de gases de efeito estufa.

 

No painel, estiveram presentes o secretário-adjunto de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Freire; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Camargo, e o associado da Climate Connection Eduardo Brito Bastos.

 

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