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Rural Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009, 13:27 - A | A

Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009, 13h:27 - A | A

Chuva traz novo ânimo para agricultores da fronteira

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Os estragos causados pelas fortes chuvas que caíram na região na semana passada viraram notícia nos mais diversos meios informativos que circulam na Tríplice Fronteira. As águas inundaram casas, alagaram ruas e danificaram automóveis, eletrodomésticos e móveis. No entanto, há quem agora comemore a vinda das águas.

Castigadas pela intensa seca que atingiu a região durante os últimos meses de 2008 e janeiro de 2009, as lavouras de soja e milho registraram perdas que, em alguns casos, superaram os 60%. Para os agricultores que viram seus investimentos e esforços perderem-se com a seca, as chuvas trouxeram um novo ânimo.

Foi o que noticiou o Diário Última Hora, ao publicar que os agricultores do departamento (estado) paraguaio de Alto Paraná aproveitaram o início desta semana para iniciar o plantio massivo de milho na região. Apesar da animação dos produtores, a área plantada deverá ser inferior à cultivada na safra passada.

“A redução obedece principalmente a que o agricultor não tem crédito e não tem condições para fazer frente a uma campanha assim com recursos próprios”, declarou o engenheiro Rubén Sanabria, presidente da Coordenadoria Agrícola do Alto Paraná (CAP).

Sanabria destacou que deixaram de ingressar no departamento cerca de US$ 350 milhões na safra passada, decorrentes da quebra de produção.

Desse total, cerca de US$ 100 milhões deverão ser custeados pelos produtores, que precisarão buscar renegociações das dívidas e, ainda assim, conseguir dinheiro para bancar a safra atual.

Em decorrência da situação, as estimativas são de que um total aproximado de entre 100 e 120 mil hectares de milho sejam semeados nesta safra, quantidade significativamente inferior aos cerca de 200 mil hectares semeados em 2008.

Apesar de os técnicos contraindicarem a semeadura de soja nesta época, Sanabria afirmou que muitos agricultores apostaram nesta cultura, havendo estimativa de que 50 mil hectares sejam preparados com este grão, gerando um rendimento aproximado entre 1,5 e 1,8 toneladas por hectare, contra 2,9 toneladas por hectare em situações normais.

“Desta quantidade, a metade será utilizada como semente, já com vistas à próxima campanha. Trata-se de cultivos que as pessoas fizeram por desespero, porque tecnicamente já não recomenda-se fazer isso. As pessoas o fazem para se as condições climáticas melhorarem daqui para frente. Isso será colhido no inverno”, explicou o engenheiro.

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