Segunda-feira, 21 de Julho de 2008, 07h:10 -
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Agricultura familiar: produção de alimentos pode conter a inflação
Da Redação
“Esta é a hora e a vez da agricultura familiar”. A avaliação é do diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), José Antônio Roldão, em relação ao momento econômico vivido pelo País, caracterizado pela alta da inflação e conseqüente aumento no preço dos alimentos.
De acordo com Roldão, a agricultura familiar é fundamental para estabilização da economia neste momento. ”Com investimentos neste segmento, será possível aumentar a produção de alimentos no País. Com esse aumento os preços abaixam e a inflação é contida”, explica Roldão.
Na opinião do diretor-presidente, a agricultura familiar sempre teve importância para a sociedade, apesar da falta de incentivos destinados ao setor. “Essa situação começa a mudar a partir desta nova safra, em que os agricultores familiares poderão contar com recursos significativos, suficientes para dinamizar o segmento”, analisa.
Os recursos aos quais se refere Roldão são provenientes do Programa Mais Alimentos, lançado pelo governo federal no último dia 3. O programa tem como objetivo alcançar a meta de 18 milhões de toneladas em excedente de produção até 2010, principalmente em leite, milho, feijão, arroz, mandioca, trigo, aves, café, frutas, arroz e cebola. Segundo Roldão, foram estipuladas percentualidades específicas de aumento de produção para cada um dos 11 itens, com a expectativa de se alcançar até 20% de aumento na produtividade em comparação à safra passada.
O programa pretende atender um milhão de produtores até 2010.
O montante de recursos que será repassado para cada Estado ainda não está definido e vai depender do número de produtores que serão atendidos e dos produtos que serão trabalhados em cada um deles, atendendo às especificidades de cada região. “Em Mato Grosso do Sul já está sendo realizado um estudo para operacionalização do programa, por meio do qual se está analisando o número de produtores a serem atendidos e selecionando-se os produtos mais adequados”, ressalta Roldão.
Por meio do programa será criada uma linha de crédito de até R$ 100 mil para os produtores e destinados R$ 397 milhões para investimentos em assistência técnica e extensão rural. O Programa Mais Alimentos pretende, também, ampliar a capacidade de armazenamento das propriedades e cooperativas e incentivar a mecanização em massa nas propriedades familiares. A meta é colocar mais 60 mil tratores e outros implementos agrícolas a serviço dos produtores.
“Trata-se de uma iniciativa inédita, com metas muito bem estabelecidas. Nossa missão agora é dar resposta ao que o governo está nos pedindo, garantindo benefícios para os agricultores e, conseqüentemente, para toda a população. A solução para o processo inflacionário vivido atualmente é a abundância de alimentos na mesa do brasileiro, que será conquistada através da agricultura familiar”, conclui Roldão.
De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), o segmento responde por 56% do leite, 67% do feijão, 89% da mandioca, 70% dos frangos e 75% da cebola produzidos no País. Ao todo, 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são produzidos pela agricultura familiar. (Fonte: Governo MS)