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Reportagem Especial Quinta-feira, 23 de Março de 2023, 14:28 - A | A

Quinta-feira, 23 de Março de 2023, 14h:28 - A | A

Reportagem Especial

Um ano que motoristas “passam raiva” para estacionar no centro de Campo Grande

Em fase de licitação, prefeitura não tem prazo para definir empresa que cuidará do parquímetro

Renata Silva
Especial para o Capital News

Deurico/Capital News

Um ano que motoristas “passam raiva” para estacionar no centro da cidade

Parquímetro

Uma, duas, três voltas até decidir se vai embora ou paga estacionamento para deixar o carro, essa é a rotina de muitos condutores que vão ao centro de Campo Grande. Nesta quinta-feira (23) completa um ano que o contrato com a Metro Park Administração (Flexpark) foi encerrado e nenhuma empresa retomou o serviço.

O parquímetro (serviço de estacionamento) deixou de ser cobrado porque o contrato com a empresa que administrava o serviço venceu e o município não quis renovar. Na época, a prefeitura disse que já estava fazendo estudos para a contratação de uma nova empresa, mas que não havia prazo para uma nova contratação.

Diante desse impasse, o motorista pode deixar o carro estacionado por tempo indeterminado, situação que dificulta a fluidez do trânsito na principal região comercial da cidade. Além disso, os comerciantes também reclamam isso porque as vagas que seriam ocupadas pelos clientes, hoje são alvos dos donos e funcionários de lojas, que, segundo eles, estacionam de manhã e só retiram o carro à noite.

O Flávio Ribeiro, é empresário e dono de uma loja de acessórios femininos no centro da cidade há seis anos. Ele afirma que o estacionamento rotativo é fundamental para a movimentação do comércio no centro da cidade. Para ele, sem esse serviço, muitos clientes deixam de frequentar o centro por falta de vaga para estacionar.

"Movimento diminuiu bastante"

 

Ele destaca ainda que não há fiscalização inclusive para vagas que são ocupadas indevidamente, como, por exemplo, vagas que são de cadeirantes e idosos ocupadas por motociclistas. “Já diminuiu imensamente a movimentação de clientes por causa da reforma no centro, sem uma empresa que faça a regulamentação, a situação piorou, movimento diminuiu bastante”, frisa.

Quem comemora são os donos de estacionamentos, como o empresário Ademir Dias Vieira. Ele tem um estacionamento no centro da cidade que tem capacidade para atender 100 clientes com vagas para motos, carros, camionetes e picups. Com a falta da empresa para regularizar o estacionamento no centro, houve um aumento de 20% no movimento, em datas comemorativas o movimento quase dobra.

No entanto, ele pontua que teve uma perda com a falta do parquímetro, isso porque ele tinha 50 mensalistas, ou seja, pessoas que pagavam estacionamento por mês, cerca de 20 cancelaram a mensalidade. A maioria desses clientes são donos de lojas e funcionários das mesmas que agora deixam seus veículos estacionados nas ruas, vagas que eram dos clientes.

 

Em nota a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande  (ACICG) informou que considera importante a existência de um sistema rotativo de estacionamento no Centro. A ausência do serviço favorece que as vagas sejam ocupadas por trabalhadores da região que estacionam seus veículos por muito tempo, o que reduz a disponibilidade de vagas para os clientes, deixando o centro menos atrativo para compras.

A ACICG está estudando soluções para atenuar o problema da ocupação do estacionamento por colaboradores e empresários da região e um projeto deverá ser apresentado ao poder público em abril.

A Prefeitura informou que a licitação para o parquímetro está em fase de modelagem econômico-financeira, no entanto, ainda não é possível apresentar uma previsão de quando será realizada um novo contrato. O Município optou por continuar com essa modalidade de concessão para exploração do serviço de estacionamento rotativo.

A modelagem econômico-financeira é um sistema complexo de análises que buscam antecipar o futuro desempenho econômico de um projeto, ajudando a estabelecer panoramas e gerenciando riscos. Uma série de dados e fórmulas que criam modelos de cenários de investimento, sendo usada para decisões importantes.

Deurico/Capital News

Um ano que motoristas “passam raiva” para estacionar no centro da cidade

Parquímetro


Entenda mais:
O parquímetro – serviço de estacionamento – deixou de ser cobrado em Campo Grande no dia 23 do ano passado. Isso, porque o contrato com a empresa que administrava o serviço venceu e a prefeitura não quis renovar. Na época, a prefeitura disse que já estava fazendo estudos para a contratação de uma nova empresa, mas que não havia prazo para uma nova contratação.

No dia 12 de setembro o Ministério Público de Mato Grosso do Sul deu até o dia 20 de outubro para que os consumidores solicitassem a restituição à empresa Metro Park Administração (Flexpark) dos valores pagos de forma antecipada, sem uso de vagas de estacionamento com parquímetro. Vale destacar que a restituição de valores teve início no dia 20 de junho, na sede da empresa concessionária

O reembolso dos créditos foi fruto do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul por meio do Promotor de Justiça Luiz Eduardo Lemos de Almeida, titular da 43ª Promotoria de Justiça de Campo Grande e a Flexpark.

No TAC, o Promotor de Justiça considerou que vários usuários-consumidores pagaram antecipadamente a tarifa pública pelo serviço de estacionamento rotativo, com aquisição prévia de créditos, mas o serviço não lhes foi prestado em razão do término do prazo de vigência do contrato de concessão n. 26/2002.

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J Almeida 13/04/2023

Realmente, quando preciso ir no centro, penso exatamente nisso, aonde vou estacionar, penso em pegar a alternativa de carros de aplicativo, ou até de ônibus, pq de verdade, já desisti de ir até uma loja por não ter uma vaga acessível. Precisamos sim q a prefeitura consiga avaliar um novo adm para o parquímetro. boa reportagem!

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