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Reportagem Especial Sábado, 20 de Janeiro de 2024, 08:32 - A | A

Sábado, 20 de Janeiro de 2024, 08h:32 - A | A

Reportagem Especial

Janeiro Roxo: mês da conscientização sobre a Hanseníase

A doença tem cura e quando diagnosticada precocemente e tratada

Renata Portela
Especial para o Capital News

Freepik

Janeiro Roxo: luta contra preconceito à hanseníase

No passado 52 pacientes foram diagnosticados com a doença, quase o dobro que em 2022, diz dermatologista

Ela se caracteriza por manchas na pele, sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, estamos falando da hanseníase. Uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma bactéria chamada de Mycobacterium leprae, que costuma evoluir lentamente no corpo.

Antigamente a doença era conhecida como lepra, e era carregada de preconceitos, isso porque ela era associada ao pensamento de que a patologia estava ligada ao pecado da impureza. Além disso, a hanseníase era negligenciada, por afetar as populações mais pobres.

Janeiro é o mês prevenção e conscientização sobre a hanseníase. Chamada de “Janeiro Roxo”, a campanha tem como objetivo esclarecer as principais dúvidas da população e eliminar qualquer tipo de preconceito e estigma sobre a doença.

Números da doença

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de hanseníase. São quase 28. casos, atrás da índia com 120.334.

Em Mato Grosso do Sul no ano passado foram diagnosticadas 315 pessoas com a doença, 46 a menos do que em 2022. Já em Campo Grande, o número de casos foi maior em 2023, 74 contra 65 do ano anterior.

Acervo pessoal

Janeiro Roxo: mês da conscientização sobre a Hanseníase

A dermatologista Camila Tormena afirma que ao iniciar o tratamento da hanseníase, o paciente não transmite mais a doença

O Hospital São Julião é referência no tratamento da Hanseníase, no ano passado 52 pacientes foram diagnosticados com a doença, quase o dobro que em 2022, onde 31 souberam do contágio. De acordo com a Dra. Camila Tormena, dermatologista, especialista em hanseníase do hospital, a transmissão da doença acontece pelo ar, sobretudo em situações de contato próximo com outra pessoa.

Apesar disso, ela destaca que a maioria da população consegue se defender naturalmente da bactéria, no entanto, cerca de 10% da população não tem esses mecanismos de proteção e por isso pode adoecer.

Ela fala que o diagnóstico inicialmente é clínico da pele e dos nervos, no caso de dúvidas, são feitos exames complementares, como biópsia de pele e ultrassom de nervos. “Em caso confirmado, o tratamento é iniciado com a pólio quimioterapia, que são três tipos de antibióticos distribuídos de graça pelo Sistema Único de Saúde”, reitera.

Quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas

A dermatologista afirma que ao iniciar o tratamento da hanseníase, o paciente não transmite mais a doença. Porém, é importante que a pessoa contaminada siga-o de maneira regular para que ele se cure de forma definitiva, não permitindo o retorno da doença. “E quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas”, finalizou.

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