Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, durante o pronunciamento em Russas, no Ceará, nesta quarta-feira (20), após a divulgação do relatório da CPI da Covid , onde foi indiciado, que a CPI só produziu 'rancor e ódio'.
"Como seria bom se aquela CPI estivesse fazendo algo produtivo para o nosso Brasil. Tomaram tempo do nosso ministro da Saúde, dos servidores, de pessoas humildes e de empresários. Nada produziram a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós", disse durante o pronunciamento.
Durante a fala do presidente, apoiadores gritaram "Renan, vagabundo", conforme o Portal G1 Ceará, em referência ao relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ao que Bolsonaro respondeu: "A voz do povo é a voz de Deus."
Relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, apresentado nesta quarta-feira (20) pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), tem mais 1,1 mil páginas, divididas em 16 capítulos e 29 tipos penais apontados. Entre os nomes da lista estão o do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de quatro ministros: Marcelo Queiroga (Saúde), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e Walter Braga Netto (Defesa). Constam ainda, entre as sugestões de indiciamento, os ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde). Entre os parlamentares, a lista traz os deputados federais Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, Osmar Terra (MDB-RS), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF) e Carlos Jordy (PSL-RJ), além de três filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) e o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). Também figuram no rol de pedidos de indiciamentos Luciano Hang, Otávio Fakhoury, Carlos Wizard, além da médica Nise Yamaguchi e do virologista Paolo Zanotto, todos nomes apontados como sendo de integrantes de um gabinete paralelo de aconselhamento do presidente na pandemia.