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Política Terça-feira, 09 de Novembro de 2021, 10:35 - A | A

Terça-feira, 09 de Novembro de 2021, 10h:35 - A | A

Efeitos da pandemia

Marquinhos Trad ‘congela’ reajuste do IPTU em 2022

Projeto será encaminhado para a Câmara e como objetivo não penalizar o contribuinte do fisco municipal

Elaine Silva
Capital News

Diogo Gonçalves

Marquinhos Trad ‘congela’ reajuste do IPTU em 2022

Anúncio foi realizado hoje pelo prefeito Marquinhos Trad

 

Com objetivo de não penalizar o contribuinte do fisco municipal, em razão dos reflexos da pandemia da covid-19, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), anunciou ao lado do secretário de Finanças de Campo Grande Pedro Pedrossian Neto na manhã desta terça-feira (9), o projeto que dispõe sobre o reajuste zero do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares. 

 

 

“Justiça social. Não é correto o gestor arrochar com impostos, acima da capacidade econômica, o cidadão que sofreu um baque muito grande durante a pandemia. É uma medida excepcional. O imposto poderia ser cobrado, como todos os anos, baseado na inflação, se a vida estivesse normal. Fechar os olhos à diminuição da capacidade econômica da cidade é virar as costas à realidade. Todos sofreram a diminuição do seu poderio econômico e muitos perderam o emprego. O funcionário público foi, por lei federal, impedido de ter qualquer tipo de aumento. Por que o tributo poderia aumentar?”, justificou  Marquinhos, via assessoria. 

 

Para abrir mão da receita, a Prefeitura levou em consideração o fato de o Município se encontrar em situação de calamidade pública, homologada e referendada pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, o que legalmente viabiliza a ação de abrir mão de receita. “A constituição da República estampa farta normativa acerca da justiça social. Nesta moldura constitucional, cabe relembrar que o tributo não constitui apenas expediente arrecadatório, mas instrumento de transformação e justiça social. O parágrafo primeiro do artigo 145 da Constituição nos remete a capacidade contributiva do munícipe para suportar as cargas impostas pelo Estado. Assim, a fixação da carga tributária não pode ser vinculada a uma atuação estatal, mas a sua graduação deve levar em conta o próprio sujeito passivo, o cidadão”, ponderou o prefeito no projeto encaminhado à Câmara.

 

Nesta segunda-feira  (8) a  Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL-CG) divulgou uma nota  contra o reajuste do IPTU. "Um reajuste de 10,05%, mesmo que sendo com base aos índices inflacionários, está além das possibilidades dos campo-grandenses. De acordo com matéria publicada no portal idinheiro, em outubro de 2021, Campo Grande está entre as 5 capitais brasileiras mais caras para morar, com as piores relações entre custo de vida e salário médio, ou seja, aquelas onde os custos consomem uma parte maior da renda média da população. Os dados da matéria foram retirados do CEMPRE - Cadastro Central de Empresas, divulgado pelo IBGE, que reúne informações de empresas privadas, órgãos públicos, entidades sem fins lucrativos e do site Numbeo", diz a  nota. 

Anderson Ramos/Capital News

IPTU Campo Grande 2020

Projeto será encaminhado para a analise dos vereadores de Campo Grande 

Confira na íntegra a nota da CDL-CG; 

Mais de dez por cento de reajuste no IPTU é desumano! A CDL CG – Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande é contrária ao reajuste do IPTU 2022 e reforça que a população ainda está sob o impacto econômico e social causados pela pandemia do Covid-19.

 

Toda a população, e não diferente os lojistas, está lutando para sobreviver e superar os danos oriundos da crise econômica, da pandemia e até mesmo das obras da 14.

 

Um reajuste de 10,05%, mesmo que sendo com base aos índices inflacionários, está além das possibilidades dos campo-grandenses. De acordo com matéria publicada no portal idinheiro, em outubro de 2021, Campo Grande está entre as 5 capitais brasileiras mais caras para morar, com as piores relações entre custo de vida e salário médio, ou seja, aquelas onde os custos consomem uma parte maior da renda média da população. Os dados da matéria foram retirados do CEMPRE - Cadastro Central de Empresas, divulgado pelo IBGE, que reúne informações de empresas privadas, órgãos públicos, entidades sem fins lucrativos e do site Numbeo.

 

O presidente da CDL CG, Adelaido Vila, entende que o momento não permite um reajuste no IPTU. “Vimos nas mídias o anúncio do aumento da arrecadação do município. Por este e tantos outros motivos, pedimos que seja repensado pelo prefeito Marcos Trad e que ele desista de aumentar em 10% o IPTU. Nossa cidade precisa se reerguer, se fortalecer, mas com aumento de imposto, será ainda mais difícil e praticamente impossível para uma grande parcela da população”.

 

O índice FipeZap, publicado em agosto de 2021, indica que 5 das 7 regiões de Campo Grande tiveram valorização média, no período de 12 meses, menor que 9%, sendo que a área central foi a que menos valorizou (apenas 0,8%). O índice também aponta que, em 12 meses, a valorização média dos imóveis residenciais na cidade foi de apenas 3,43%. No mês de agosto, a variação foi de 0,73%

 

Adelaido Vila reforçou que muitos foram os dissabores nos últimos anos e que agora é tempo de levantar a economia e não punir ainda mais a população. “É uma batalha que começou antes da pandemia, nossos lojistas viram cair o valor do ticket médio ao longo da realização das obras. Na pandemia, os impostos foram honrados e o campo-grandense é um bom pagador. Por isso, somos veementemente contra este reajuste e pedimos que o prefeito revogue a decisão”.

Diogo Gonçalves/PMCG

Marquinhos Trad ‘congela’ reajuste do IPTU em 2022

Prefeito Marcos Trad anuncia "reajuste zero " ao lado do Secretário de finanças da Capital, Pedro Pedrossian Neto

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