Cerca de 400 pessoas ocupam o plenário da Câmara Municipal de Campo Grande na manhã desta terça-feira (8). São representantes de diversas entidades que protestam contra a abertura de pedido de cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). Entoando bordão “Respeito à democracia, não ao golpe”, manifestantes instalaram placar no hall da Casa de Leis para contar quantos vereadores irão votar a favor da abertura de processo de cassação.
Segundo o manifesto distribuído no plenário, ocupam a Câmara lideranças do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), CTB, CUT, ACP, Fetems, UCE, Setorial dos Povos Indígenas, FAMENS, SINTSS/MS, SEESVIG e o Fórum Nacional da Juventude, que integram a chamada Frente Popular em Defesa da Democracia.
No material distribuído, representantes afirmam que existe “uma preocupação da sociedade civil acerca da disputa política que acontece em Campo Grande envolvendo os agentes políticos”. Segundo o manifesto, a disputa gera clima de insegurança com a a ameaça permanente de uma possível cassação do chefe do executivo municipal.
Para os organizadores o protesto é para demonstrar repúdio à “tentativa golpista e reafirmar o princípio democrático”. Ainda segundo o material distribuído na Casa de Leis, o movimento se baseia no princípio constitucional da independência, autonomia e harmonia entre os poderes.
Os manifestantes afirmam que o anseio popular por mudança foi expresso nas urnas, nas eleições do ano passado e pedem que o voto popular seja respeitado, e consideram prematuro qualquer julgamento definitivo sobre Bernal. Frases como “ele está a apenas nove meses na administração enquanto outros ficaram 20 anos no poder e nunca realizaram uma CPI” integra o manifesto que solicita moradia, reforma urbana, comunitária, reforma agrária, e melhorias na saúde, educação e transporte coletivo.
A expectativa dos organizadores é que mais de 700 pessoas ocupem a Casa de Leis ainda nesta manhã. Os manifestantes instalaram no hall da Câmara dois placares, um para marcar os vereadores que irão votar contra a cassação, e outro para apontar os parlamentares que votarão a favor da abertura de processo de cassação.