A tentativa de instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Hospital do Câncer na manhã desta terça-feira (2), durou menos de uma hora. Após a vereadora Luíza Ribeiro (PPS) conseguir 13 assinaturas, a oposição derrubou mais uma vez a investigação. Dessa vez, voltaram atrás os vereadores Eduardo Romero (PTdoB), Paulo Pedra (PDT), Coringa (PSD) e Paulo Siufi (PMDB). O resultado acabou ficando mesmo em nove assinaturas, mesmo número verificado na sessão da semana passada (26) e que foi insuficiente, já que seriam necessários pelo menos dez nomes.
Além das nove obtidas na sessão da terça-feira passada, assinaram hoje a favor da CPI os vereadores Alex do PT e João Rocha (PSDB). Também chegaram a assinar favoráveis à criação da CPI os vereadores Paulo Siufi e Coringa, que não tinham assinado anteriormente o requerimento, mas decidiram recuar após as discussões. Os vereadores Eduardo Romero e Paulo Pedra (PDT), que antes tinham assinado a favor, também mudaram de opinião.
Pesou na decisão de não criar a CPI o entendimento dos vereadores de que a contribuição do Legislativo seria pouco produtiva, devido ao que já foi apurado desde 2009.
“Se tivesse a CPI, o trabalho resultaria num relatório que seria encaminhado para o Ministério Público e Polícia Federal. E desde 2009 esse trabalho já vem sendo realizado por estes órgãos. A Câmara entendeu que a Comissão Mista de Saúde irá trabalhar a contento e acompanhará o trabalho tanto do MP como da PF”, justificou o presidente da Câmara, Mario Cesar.
A Comissão Permanente de Saúde é formada pelos vereadores Paulo Siufi (PMDB), Elizeu Dionísio (PSL), Dr. Jamal (PR), Grazielle Machado (PR) e Coringa (PSD) e recebeu o reforço de mais quatro vereadores: Zeca do PT, Gilmar Neri da Cruz (PRB), João Rocha (PSDB) e Luiza Ribeiro (PPS).
O vereador Alex do PT, que foi cobrado na sessão da última terça-feira (26) porque foi justamente o seu voto que faltou para que a CPI fosse aprovada, disse hoje que resolveu mudar o voto por causa das cobranças que o Ministério Público fez à Câmara para que não se omitisse e criasse a CPI.
“O corregedor disse que a Câmara não deveria se omitir”, disse Alex do PT. Ele explicou que, quando não votou a favor, é porque havia um entendimento que o MP e a PF já estava investigando e também uma CPI poderia prejudicar ainda mais o Hospital do Câncer. “Só que o próprio hospital não emitiu nenhuma nota, não se manifestou informando se havia falta de medicamento e que poderia haver o fechamento diante das investigações. Por isso resolvi votar a favor porque se existe alguma irregularidade deve ser investigada e os responsáveis devem ser punidos”, explicou.
Foram favoráveis a CPI os vereadores: Luiza Ribeiro, Zeca do PT, Gilmar da Cruz (PRB), Ayrton do PT, Alex do PT, João Rocha, Rose Modesto (PSDB), Cazuza (PP) e Chocolate.
No total, 20 vereadores não assinaram a favor da CPI: Eduardo Romero, Paulo Pedra, Paulo Siufi (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Wanderlei Cabeludo (PMDB), Mário César (PMDB), Edil Albuquerque, Elizeu Dionízio (PSL), Alceu Bueno (PSL), Chiquinho Telles (PSD), Coringa (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Flávio César (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB), Grazielle Machado (PR), Jamal (PR), Herculano Borges (PSC), e Airton Saraiva (DEM).
