O público que acompanhou a sessão da Câmara nesta quinta-feira (26) saiu frustrado. Ao som de vaias, os vereadores anunciaram a não abertura da CPI da Saúde para investigar o caso da máfia da saúde denunciada pela Polícia Federal na última semana, que envolve desvio de dinheiro público pelo Hospital do Câncer e Hospital Universitário.
“Decidimos não criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito [CPI] da Saúde, mas sim uma Comissão Especial para analisar o caso de perto”, disse o vereador João Rocha (PSDB), ao som de gritos e xingamentos da plateia.
O presidente da Câmara, vereador Mario Cesar (PMDB) decidiu então suspender a sessão devido a intensificação dos protestos. O relator da comissão especial será o vereador Elizeu Dionízio (PSL).
Nesta manhã o Conselho Curador do Hospital do Câncer se reuniu com os vereadores para reverter a abertura de uma CPI da Saúde. A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) prometeu tentar novamente abrir a CPI, após tentativa frustrada na última quinta-feira (21). Apenas seis, dos 29 vereadores, assinaram o documento para instaurar a Comissão. Eram necessárias dez assinaturas.
A CPI seria para investigar o Hospital do Câncer e o Hospital Universitário envolvidos na Operação Sangue Frio, deflagrada pela Polícia Federal com o Ministério Público. A justificativa do presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara, o vereador Paulo Siufi (PMDB), que mobilizou a Casa para a não abertura, foi que as investigações já estão sendo feitas por dois órgãos do poder público.
Além de Luiza Ribeiro, assinaram o documento para a criação da CPI os vereadores Zeca do PT, Cazuza (PP), Chocolate (PP), Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT). Os vereadores Alceu Bueno (PSL), Gilmar da Cruz (PRB) e Chiquinho Telles (PSD) chegaram a apoiar o documento, mas ao final da sessão retiraram suas assinaturas.
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