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Política Quarta-feira, 20 de Abril de 2011, 11:48 - A | A

Quarta-feira, 20 de Abril de 2011, 11h:48 - A | A

Câmara homenageia personalidades que ajudaram na questão indígena de MS

Eduardo Penedo (capitalnews)

Com músicos indígenas tocando violão, bateria e faixa dizendo “índio não quer apito e sim respeito” foi aberta na manhã desta terça-feira (20) a Sessão Solene em comemoração ao Dia do Índio realizada pelos vereadores de Campo Grande. Na ocasião, foi entregue o Prêmio Domingos Veríssimo Marcos, instituído por meio do Decreto Legislativo nº 949/06, de autoria do vereador Athayde Nery (PPS), em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à questão indígena.

O presidente da Casa de Leis, Paulo Siuffi (PMDB), disse que Câmara está sempre aberta para as discussões sobre a questão indígena, pois essa também e a função dos vereadores e da Câmara.

Segundo a presidente da Comissão Permanente de Assessoria Indígena da OAB-MS, Samia Roges Jordy, no ano de 1.500, na época do descobrimento do Brasil, haviam no País cerca de 5 milhões de índios, com mais de 1.300 línguas. “Atualmente temos apenas 358 mil índios, com 215 etnias e 180 línguas. São nossos bravos resistentes. O reconhecimento do direito indígena é um reconhecimento à própria diferença. Temos que nos colocar no lugar do outro. Não queremos produzir o ódio étnico, não somos contra os fazendeiros. Porque não fazer uma parceria entre esses dois lados, produzindo um selo verde em parceria com os índios que sabem usar a terra”, afirmou a presidente da Comissão.

Sobre o impasse entre fazendeiros e índios, a advogada disse ainda que “os interesses são diferentes, mas não são conflitantes. O Estado do Mato Grosso tem mais terras indígenas demarcadas e produzem mais que o Mato Grosso do Sul. Não somos contra o desenvolvimento, queremos o diálogo, mas não o dialogo do mais forte. Quero deixar para o meu filho um Estado desenvolvimentista, mas com sua história e tradição preservada”, alegou Samia Jordy.

As pessoas que ajudaram a divulgar ou trabalham na questão indígenas foram homenageados com estatuas de bugrinhos.

Os bugrinhos criados pela artista plástica Conceição dos Bugres, no ano de 1969, surgem a partir de um sonho. Reza a lenda, que Conceição sonhou esculpindo um rosto numa cepa de mandioca, e ao acordar, foi para o quintal descascar as raízes de macaxeira para produção de biju, mas acabou entalhando algo que assemelhava a figura de um bugre. A partir daí, seu sonho se tornou realidade.

Os bugres da Conceição viraram um ícone cultural de MS, ultrapassaram os limites de nosso Estado, e estão expostas até na Europa. Mariano, neto da artista, continua atualmente o trabalho de Conceição. São 30 anos de experiência refletidos nos traços fortes e marcantes das esculturas. Amuletos que trazem sorte para toda a vida.

Confira a lista dos homenageados:

Airton Saraiva – Luiz Henrique Mandetta
Athayde Nery – Sidmar Dias Martins
Athayde Nery e Alex – Roberto Figueiredo
Carlão – Francisco das Chagas
Cristóvão Silveira – Josué de Oliveira
Dr. Loester – Vereador João Rocha
Flávio César – José João de Jesus da Fonseca
Grazielle Machado e Paulo Siufi – Marcos José de Brito Rodrigues
Herculano Borges e Lídio Lopes – Marcos Ruiz
Jamal Salem – Fausto Mato Grosso
João Rocha e Professora Rose – Edson Fagundes
Lídio Lopes – Edna Guarany
Magali Picarelli – Wanderleia Paes Leite Mossi
Marcelo Bluma – Arlete Povh
Mario César – Paulo Antunes de Siqueira
Paulo Pedra - Nilton Candelário
Paulo Siufi – Rui Celso Florence
Ribeiro – Neila Mendes
Thais Helena – Samia Barbieri
Vanderlei Cabeludo – Lisandra Zago
 

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