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Política Terça-feira, 16 de Novembro de 2010, 17:41 - A | A

Terça-feira, 16 de Novembro de 2010, 17h:41 - A | A

Audiência também traz discussões sobre a CPMF

Karla Tatiane - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Entre as autoridades que participam da audiência pública para discutir a violência nos postos de saúde de Campo Grande, três vereadores , coincidência ou não, são médicos: o presidente da Câmara, Paulo Siufi, e os vereadores Jamal Salem e Loester Nunes, que são presidente e vice da Comissão de Saúde. Também compõem a mesa de discussão o vereador Vanderlei Cabeludo e o deputado estadual Laudo Davi.

Paulo Siufi afirma que o objetivo é descobrir onde estão as falhas. “A audiência vai nos dizer se é necessário presença policial nos postos ou melhoria salarial. Quero deixar claro que entendemos que é inadmissível que médicos e atendentes sejam agredidos ou que atendam mal àqueles que buscam atendimento nos postos de saúde”, afirma.

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Presidente da Câmara, Paulo Siufi, “a audiência vai nos dizer se é necessário presença policial nos postos ou melhoria salarial"
Foto: Deurico/Capital News

A discussão acontece porque a violência nos postos de saúde vem aumentando consideravelmente. Recentemente foi feita uma pesquisa onde dez por cento das agressões são físicas, incluindo aí contra idoso e gestante, além de facadas e tiros. Profissionais de saúde também foram vítimas de roubo de carro e de pequenos objetos, de ameaças e perseguições.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul, João Cesar das Neves, é um dos representantes que argumentam que a situação da violência nas unidades 24 horas é muito maior que segurança, “é uma questão de gestão, é estrutural. Não adianta abrir mais unidades de saúde se não contratar mais profissionais, não adianta colocar seguranças nos locais se não tivermos condições dignas de trabalho”.

O coordenador da Guarda Municipal de Campo Grande, coronel Paulo Cesar Monteiro, afirma que “há uma preocupação especial com as unidades de saúde e que a prefeitura está formando até o fim do ano 220 guardas municipais aonde uma parte irá para as unidades de saúde da capital”.

A intenção da audiência que conta com a participação de diversos representantes de sindicatos ligados à área da saúde, além de algumas pessoas da sociedade civil e autoridades é ao final da discussão “fazer uma carta, um manifesto, algum documento para ser levado ao prefeito”.

Gestão x Financeiro – O secretário Municipal de Saúde, Leandro Mazina Martins, defende que a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) poderia contribuir para a melhoria da atual situação da saúde e não aceita que chamem a saúde de caos. “Você sabe o que é caos? É desordem, é baderna, e a nossa saúde pública é muito bem organizada com seus conselhos, regras, leis, hierarquias e trabalho bem definidos. Uma das questões que poderiam ajudar para a melhoria dos serviços prestados é a volta da CPMF ou a aprovação da Emenda 29 onde trariam mais recursos para a pasta. O nosso grande problema é financeiro”.

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Secretário Leandro Martins defende que a volta da CPMF poderia contribuir para a melhoria da atual situação da saúde
Foto: Deurico/Capital News

Divergindo da opinião do secretário, presidentes de sindicatos afirmam que o problema da saúde é gestão. “Estamos fazendo o caminho inverso. O Sistema único de Saúde preconiza a promoção, a prevenção e a assistência... o que estamos fazendo é assistência, prevenção e promoção e essa forma de gestão resulta na atuação situação da saúde pública na Capital”, afirma João Cesar das Neves.

O vice presidente do Sindicato dos Médicos, Marco Antonio Leite, também concorda: “precisamos de contingente de profissionais, de organização no atendimento para oferecermos à comunidade um serviço de qualidade”.

CPMF – Dos 27 governadores eleitos em 2010, 14 formam um grupo que defende a volta do imposto. Entre eles, o governador reeleito com 56% de aprovação, André Puccinelli, de Mato Grosso do Sul. “Eu sou a favor se todo o recurso arrecadado for canalizado para a saúde, sem desvio”.

No dia 11 de novembro, representantes de entidades voltadas ao setor produtivo de Mato Grosso do Sul, lançaram a campanha “Saúde Sim, CPMF de novo Não” contra o retorna do tributo, na ocasião houve um consenso: todos sem exceção repudiam a volta da cobrança da taxa por entenderem que o argumento de que o dinheiro será investido no setor saúde não é convincente, já que até janeiro de 2008 a taxa era cobrada e a situação da saúde pública no País tanto na época quanto agora continua um caos.

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Presidente da Fiems Sergio Longen, que encabeça a campanha contra o retorna da taxa de cobrança
Foto: Deurico/Arquivo Capital News


Por Karla Tatiane - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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