Durante a 11ª oitiva que acontece na tarde desta quarta-feira (17), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Câmara Municipal, o ex-diretor do Hospital do Câncer Alfredo Abraão, afirma que não entende o massacre moral e que irá pleitear sua volta na direção do Hospital. “Há cinco meses venho sendo massacrado, diariamente, [o que] causa transtorno para minha família", afirmou Siufi.
Segundo parlamentares que compõem a CPI, a oitiva tem como objetivo identificar como opera o Sistema Único de Saúde (SUS) no setor de oncologia em Campo Grande. O clima no plenário Edroim Reverdito começou tenso, com até palpites da plateia. Os vereadores Coringa (PSD) e Alex do PT questionaram-no o tempo todo, que tinha respostas prontas para as perguntas.

Vereador Coringa foi quem mais questionou médico
Foto: Rafael Gaijim/CapitalNews
Indagaram Siufi de quantas empresas possuia, que respondeu apenas duas: a Neoclin, especializada no tratamento do câncer, que conta com 16 médicos, e a Neorad, outra clínica.
Conforme o médico, 98% do dinheiro do Alfredo Abraão é proveniente do SUS, e que o hospital é referência, tanto que os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) tem contrato para ministrarem aulas no hospital até o próximo ano.
Ao lado do hospital, está sendo erguido um anexo com capacidade para 240 leitos, cujo mantém o ritmo de construção, e está na parte final de seu projeto.
Outro questionamento foi a respeito de um membro do conselho curador da Fundação Carmem Prudente, que administra o hospital, é íntimo de Siufi. Este respondeu que todas as ações do Alfredo Abrão são fiscalizadas e que ele não tinha tanta influência em certas questões, e não sabia responder algumas perguntas de caráter técnico, pois números e outros seriam esclarecidos com mais propriedade por outros diretores.
Outro ponto foi que a Neorad é responsável por 70% dos medicamentos enviados à Santa Casa de Campo Grande para tratamento de câncer. O médico respondeu que os preços são tabelados pelo SUS, com 4% de deságio.
Quanto aos pontos polêmicos, Coringa comentou que o médico estava muito seguro, e lembrou-o das reportagens veiculadas pela Rede Globo, por meio do programa Fantástico, no qual pessoas que já tinham morrido, ainda eram mantidas nos quadros de quimioterapia do hospital.
Alex do PT também o recordou das gravações da Globo. “O que vimos no Fantástico é totalmente diferente”, disse o vereador.
Ainda, Coringa falou do contrato de 25 milhões recebidos pelo Alfredo Abraão entre 2008 e 2011. Siufi argumentou que o valor não é este, e que somente em 2012, o hospital fez 80 mil consultas, 1,2 mil quimioterapias e 350 cirurgias de porte médio e grande.
A comissão esta investigando há 60 dias a oncologia médica na Capital.

Plenário lotou de pessoas querendo ouvir Siufi
Foto: Rafael Gaijim/CapitalNews