A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, apresentou nesta quinta-feira (15) um balanço das principais ações da administração municipal nas áreas de saúde, infraestrutura e obras públicas. Em entrevista ao programa Tribuna Livre, da rádio Capital FM, ela abordou temas sensíveis como a crise hospitalar provocada pelo surto de síndromes respiratórias, a retomada de obras paralisadas, a atuação da prefeitura frente à CPI do transporte coletivo e as articulações em torno da Rota Bioceânica.
Segundo Adriane, Campo Grande está há 19 dias em estado de emergência na saúde pública devido ao aumento expressivo de casos de síndromes respiratórias graves, que lotaram hospitais públicos e privados. Ela destacou que 36% do orçamento municipal está sendo investido em saúde, índice acima do mínimo constitucional, mas ainda assim insuficiente. “Precisamos de 600 a 700 leitos adicionais. Por isso, buscamos ampliar os atendimentos com apoio da rede privada”, afirmou.
Kamilla Ratier/Governo MS
A baixa cobertura vacinal contribuem para a superlotação hospitalar na Capital, afirma a Prefeita Adriane
A baixa cobertura vacinal infantil e adulta foi apontada como um dos fatores que contribuem para a superlotação hospitalar. A prefeitura adotou uma estratégia de vacinação descentralizada, levando equipes a shoppings, igrejas e outros locais de grande fluxo. “Alcançamos 34% de cobertura vacinal em menos de três semanas, a maior do país neste momento. Isso só foi possível com a mobilização das nossas equipes”, disse a prefeita. Ela reforçou que o objetivo imediato é imunizar a população e, no médio prazo, viabilizar a construção de um hospital municipal.
Ao ser questionada sobre a situação da Santa Casa, maior hospital filantrópico de Mato Grosso do Sul, Adriane esclareceu que os repasses municipais estão em dia e que a unidade, por ser de gestão privada, é responsável por seus próprios contratos e finanças. “Não há dívidas do município com a Santa Casa. O contrato de leitos está sendo cumprido”, garantiu. Ela também ressaltou que a rede de saúde da capital está sobrecarregada pelo atendimento a pacientes de outros municípios, especialmente da região norte do estado.
Na área de infraestrutura, a prefeita citou os prejuízos causados pelas chuvas intensas, que afetaram o cronograma de serviços. Mesmo assim, disse que 35 equipes da prefeitura estão em campo com ações de tapa-buracos e recapeamento. “Finalizamos trechos importantes como a avenida Tiradentes e seguimos com obras nas Moreninhas e outros bairros. Com recapeamento definitivo, reduzimos os custos com manutenções emergenciais”, explicou.
Divulgação/Arquivo PMCG
Obra do Centro de Belas Artes, em Campo Grande foi retomada
Adriane também destacou a retomada de obras paradas há anos, especialmente nas áreas de educação e cultura. Um dos exemplos citados foi o projeto do prédio do Instituto Municipal de Belas Artes, que recebeu investimento de R$ 34 milhões e está em fase de conclusão. “Também reativamos a construção de escolas abandonadas há quase duas décadas. Essas entregas são fundamentais para garantir acesso a serviços básicos e valorizar as comunidades”, completou.
Questionada sobre a CPI do Transporte Coletivo, que investiga o contrato com o Consórcio Guaicurus, a prefeita adotou cautela e transferiu o debate para o legislativo:"“Essa é uma pauta da Câmara Municipal. Cabe aos vereadores conduzir esse processo”, afirmou. Já em relação à Rota Bioceânica — corredor logístico internacional que ligará Brasil, Paraguai, Argentina e Chile — e às articulações políticas em Brasília, Adriane preferiu destacar a atuação de Tereza Cristina. “Esses temas estão sob a liderança da senadora. Nosso papel é apoiar as iniciativas que beneficiem Campo Grande”, concluiu.
Divulgação
Prefeita Adriane Lopes afirma que a Senadora Tereza Cristina (PP) estão juntas no MS
