O relatório sobre o conflito fundiário na região do município de Antônio João, na fronteira com o Paraguai, que resultou na morte de uma pessoa, inicialmente identificado como indígena da etnia Guarani Kaiowá foi tema de conversa entre o governador Eduardo Riedel discutiu com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no final da tarde desta quarta-feira (18).
Renato Santana/Cimi
Marli Gomes Guarani e Kaiowá foi atingida por tiro de bala de borracha no último dia 12 de setembro durante ataque da PM à Terra Indígena Nhanderu Marangatu
Um relatório da inteligência produzido pelas forças de segurança de Mato Grosso do Sul será apresentado pelo governador a representantes do Governo Federal e no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quinta-feira (19).
O governador e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, apresentaram à imprensa, no final da manhã desta quarta, um relato das ações que culminaram no conflito, após uma escalada da tensão na região. “Estamos empenhados em que não haja mais conflitos", frisou o governador Riedel ao presidente Lula.
Riedel e Lula também falaram sobre as suspeitas que envolvem o narcotráfico na região, com roças de maconha localizadas do outro lado da fronteira, próximas à propriedade ocupada no Brasil, e a presença de facções criminosas que estariam aliciando pessoas dentro das comunidades indígenas.
Entenda o caso
Povo Guarani Kaiowá/Cimi
Indígena Guarani Kaiowá morto na TI Nhanderu Marangatu em ação policial realizada na manhã desta quarta-feira (18)
Uma pessoa morreu nesta quarta-feira (18) em confronto registrado em território indígina Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João. O jovem Neri Guarani Kaiowá, 23 anos, foi morto a tiros durante ataque à retomada dos indígenas na Fazenda Barra. Uma mulher também teria sido atingida na perna por disparos de arma de fogo e os barracos da retomada foram destruídos. A Força Nacional não estava em área.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o tiro que atingiu a vítima teria partido de policiais militares. Conforme os indígenas, atiradores “mercenários” estavam junto à PM durante o ataque realizado contra a comunidade.
Segundo o governador Eduardo Riedel, o caso será investigado e uma equipe de perícia foi enviada ao local