Os três homens investigados pela Polícia Federal como líderes de um esquema de corrupção no setor de mineração em Minas Gerais foram transferidos para o Presídio Federal de Campo Grande na noite do último sábado (20). A transferência marca a primeira vez que a Justiça autoriza a ida de presos por crimes ambientais para uma penitenciária federal de segurança máxima.
Os presos transferidos são: Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso; João Alberto Paixão Lages, sócio de empresa e articulador do esquema; e Helder Adriano de Freitas, responsável por articular a fraude com servidores públicos e órgãos ambientais. Eles são investigados por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, crimes ambientais e contra a ordem econômica.
O trio foi levado de Belo Horizonte para Campo Grande em um avião da Polícia Federal, saindo do Aeroporto da Pampulha às 12h (horário de MS) e chegando ao presídio por volta das 18h35, escoltados por viaturas da Polícia Penal Federal. Eles passarão por uma triagem de 20 dias, sendo mantidos isolados inicialmente, e depois terão contato limitado com outros presos.
O esquema, conhecido como Operação Rejeito, movimentou bilhões de reais e envolveu o alto escalão do governo de Minas Gerais, com diversos dirigentes de órgãos ambientais afastados. Além disso, a investigação revelou uma rede criminosa que liberava licenças ambientais fraudulentas para a exploração mineral. Entre os presos está também Caio Mario Seabra, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM).