Na região de fronteira entre Brasil e Bolívia, cães farejadores têm sido aliados fundamentais da Receita Federal no combate ao tráfico de drogas. Só entre junho de 2024 e junho de 2025, os animais ajudaram a interceptar mais de 43 kg de entorpecentes em Corumbá (MS), cidade estratégica no Plano de Fronteiras. As apreensões geraram prejuízo estimado em mais de R$ 2 milhões às quadrilhas envolvidas no crime transnacional.
Diante da importância desses cães na repressão ao tráfico, a Receita Federal abriu licitação no valor total de R$ 1.073.035,12 para atendimento médico-veterinário, hospedagem e alimentação especializada dos animais, com duração de 20 meses. “A avaliação prévia do local de execução dos serviços é imprescindível para o conhecimento pleno das condições”, destaca o edital. Parte desse valor, R$ 204.755,30, será destinada aos serviços regulares e R$ 802.659,02 para atendimentos extraordinários.
Os cães farejadores atuam em pontos estratégicos, como a Alfândega de Corumbá e a Delegacia da Receita Federal em Campo Grande. Em ações recentes, encontraram drogas escondidas em cápsulas ingeridas por suspeitos, fundos falsos e até dentro de extintores. Entre as apreensões destacam-se 15 pacotes de 2 kg de cocaína avaliados em mais de R$ 1 milhão e 10 kg de skunk escondidos em equipamentos.
Além de Corumbá, o serviço veterinário será contratado também para Campo Grande, com mesma previsão orçamentária. Os cães podem ainda ser utilizados em operações especiais em Dourados, Bataguassu e Nova Andradina. A sessão pública da licitação ocorrerá no dia 1º de julho, às 9h.
Os animais fazem parte do Centro Nacional de Cães de Faro (CNK9) da Receita, criado em 2022. “Eles reforçam as ações contra tráfico de drogas, armas, tabaco e lavagem de dinheiro”, explica a Receita Federal. O edital prevê, inclusive, suplementação alimentar e ração premium, visando manter o alto desempenho dos cães, que já se tornaram peça-chave na segurança das fronteiras sul-mato-grossenses.
