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Justiça Domingo, 28 de Setembro de 2025, 07:41 - A | A

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MPMS encerra ciclo de Escutas Regionais com foco estratégico

Projeto chega à última edição no interior reunindo resultados práticos, uso de tecnologia e articulação estratégica no combate ao crime

Viviane Freitas
Capital News

O ciclo de Escutas Regionais do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) foi concluído na última quinta-feira (25), em Bonito, encerrando a série de 12 encontros realizados ao longo de 2025. A iniciativa teve como alicerce a conexão entre a Administração Superior e as Promotorias do interior, com foco em gestão estratégica, uso de dados, combate à criminalidade organizada e fortalecimento do planejamento participativo. Com a presença de membros da região Oeste, a etapa final consolidou aprendizados e experiências acumuladas em mais de 5 mil quilômetros percorridos.

Na abertura, o Procurador-Geral de Justiça, Romão Avila Milhan Junior, destacou que o ciclo se encerra, mas os desdobramentos continuam. “A integração entre unidades, o planejamento com base em dados e a entrega de resultados à sociedade seguirão como norte do nosso trabalho”, afirmou. Um dos pilares discutidos em Bonito foi o fortalecimento da atuação frente à Rota Bioceânica. O professor da UEMS Lúcio Flávio Sunakozawa, em palestra mediada pelo Promotor Felipe Almeida, propôs a criação de um Núcleo Estratégico com Comitês Locais e Forças-Tarefa para monitorar riscos sociais, ambientais e criminais gerados pelo corredor logístico.

A pauta da tecnologia também ganhou destaque. O Promotor de Justiça Ricardo Melo apresentou o LABi9 e a ferramenta de inteligência artificial Prometheus, que processou quase 2 milhões de denúncias entre 2022 e 2025, identificando vínculos com organizações criminosas. Ainda no mesmo painel, foi anunciado o Comitê Estadual de Recuperação de Ativos, que atuará junto à Unidade de Lavagem de Dinheiro, fortalecendo o combate ao crime econômico-financeiro.

Outros eixos como execução penal, controle externo, atuação recursal e direitos humanos também foram debatidos. O Promotor Douglas Santos detalhou a reorganização do controle da atividade policial, enquanto a Promotora Danielle Zampieri lembrou que a Resolução CNMP nº 310/2024 transferirá ao MP a investigação de casos de letalidade policial. A Promotora Renata Goya reforçou o protagonismo da vítima nos processos penais, e o Gaep, sob coordenação da Promotora Jiskia Trentin, apresentou diagnósticos e planos para a execução penal. Já no campo dos direitos humanos, o Nupier relatou ações com povos indígenas e quilombolas e o monitoramento de reintegrações de posse. No plano recursal, membros destacaram a importância de atuação técnica desde a origem para o sucesso em instâncias superiores. Para o Promotor Paulo Ishikawa, supervisor do planejamento estratégico, “o grande legado é cultural: promover alinhamento entre centros de apoio e a ponta, para fortalecer a atuação ministerial”.

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