O trecho do Pantanal da BR-262, de Anastácio a Corumbá, vai ser o trecho mais ecologicamente correto de uma rodovia afastada de Mato Grosso do Sul. O estado será o pioneiro nesse tipo de exigência feita pelo Ibama em nível nacional. A Superintendência do Ibama em MS acaba de licenciar as obras, que estão em andamento e com as condicionantes estabelecidas pelo Núcleo de Licenciamento do Ibama de MS.
O biólogo Wagner Fisher da UFMS estudou pontos críticos de passagens de animais pela pista em todo o trecho, por isso serão feitas 100 passagens subterrâneas para os animais ao longo da pista. O Ibama exigiu do DNIT um estudo de impacto ambiental, que foi realizado pela Embrapa Pantanal e pelo biólogo. . Calcula-se que mais de 8 mil animais são atropelados nas rodovias de MS a cada ano.
Além das passagens subterrâneas sinalizadas e alambrados para direcionamento dos animais para elas, a rodovia terá recomposição total da vegetação ciliar com espécies nativas ao longo de todo o trecho em questão.
Também será incorporada à rodovia sinalização especial com redutores de velocidade, monitoramento especial da PRF e placas esclarecendo que se trata de uma rodovia ecológica, que atravessa um trecho especial de área de preservação permanente e um bioma específico que é o pantanal e que precisa ser preservado e se ter um cuidado especial com sua fauna e flora.
Um trecho de 26 km na região do buraco das piranhas vai ter cercas especiais com inclinação de 30 graus para que os animais não atravessem a pista. É que o trecho vai ter cerca especial porque normalmente é alagado e concentra a presença de animais. Nesse trecho vão ser instalados sinais sonoros e armadilhas fotográficas que vão servir para o monitoramento dos atropelamentos na pista e para pesquisas no local.
Para o superintendente do Ibama em mato grosso do sul, David Lourenço, a rodovia vai se tornar um laboratório de pesquisas para educadores ambientais e biólogos. “O bioma está quase totalmente preservado, isso exige cuidados especiais, por isso as nossas condicionantes serem dessa ordem”, diz ele.
Por exigência do Ibama, o DNIT vai exigir das construtoras recursos para programas de educação ambiental a serem implementados em toda essa região, dirigidos para as comunidades locais.
As passagens para os animais vão poder ser utilizadas pelos produtores rurais da região para manejo de seus rebanhos.
A licença foi assinada pelo presidente do Ibama, Abelardo Bayama, em Brasília, com base nos estudos exigidos pelo núcleo de licenciamento ambiental do órgão em mato grosso do sul.
