O aqüífero Guarani, maior reserva de água doce do mundo e que fica localizado em boa parte de Mato Grosso do Sul, chegando aos países vizinhos como Argentina e um trecho do Paraguai, não é uma reserva infinita, como chegou-se a acreditar. O aqüífero é alvo de especulações internacionais, além de ser considerado a “saída” para a crise de falta de água que pode acometer o mundo e por isso, também é muito visado.
Durante palestra na Assembléia Legislativa no IV Seminário de Direito, Águas, Energia, Aquecimento Global e seus Impactos na Agricultura e V Seminário de Águas de Mato Grosso do Sul, realizado pela Casa, o pesquisador, geólogo e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Giancarlo Lastoria falou sobre mitos e verdades sobre a reserva e afirmou: além de não ser infinito, também não é impermeável e, sendo assim, ele pode ser contaminado.
A maior preocupação do pesquisador e com a ameaça de utilização de produtos agroquímicos, como pesticidas, contrabandeados do Paraguai, cuja utilização no Brasil é proibida pelo Ministério da Saúde. Além disso, a implantação de novas usinas de açúcar e álcool, como o vinhoto e pesticidas também podem contaminar o reservatório, se não forem instaladas adequadamente.
Outra ameaça vem dos lixões. Contudo, a quantidade de lixo produzida ainda não produz chorume suficiente para pôr em risco o recurso hídrico subterrâneo.
O Aqüífero Guarani tem 800 mil quilômetros quadrados. No lado brasileiro, dois terços do reservatório ficam sob Mato Grosso do Sul e o restante nos estados de Goiás, Minas Gerias, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chegando à Argentina, Uruguai e Paraguai.