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Interior Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008, 15:06 - A | A

Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008, 15h:06 - A | A

Estudo descarta quilombo em Dourados

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Parecer do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHGMS) descarta a possibilidade da existência de comunidade quilombola na região da Picadinha, em Dourados, bem como nas demais regiões do Estado.

De acordo com matéria divulgada hoje em O Progresso, o documento assinado pelo presidente do IHGMS, Hildebrando Campestrini, inviabiliza o processo de demarcação da área em Dourados.

O relatório, aprovado por unanimidade, é claro: “considerando que não há documentos, nem ao menos indícios, que provem a existência, no atual Mato Grosso do Sul, de quilombos, mesmo que tardios, não reconhecemos a presença de quaisquer núcleos quilombolas remanescentes em nosso Estado”.

Para o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli, o parecer do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul será uma ferramenta importante para fazer valer o direito de propriedade na Picadinha, bem como em outras regiões do Estado “onde estão usando de processos fraudulentos para tentar tirar a terra de quem trabalha para alimentar este país”.

No parecer, os associados efetivos do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul lembram que o então Mato Grosso despontou no cenário econômico brasileiro como área de produção pecuária, após as décadas de 1830/1840, quando a escravidão já se encontrava em processo gradativo de desarticulação. “O território, onde hoje está localizado o Mato Grosso do Sul, se encontrava fora da rota de fuga dos escravos egressos dos centros econômicos mais significativos à época do regime escravagista, como São Paulo, Minas Gerais e a região Norte do então Mato Grosso”, atesta o documento.

Ainda de acordo com o parecer do IHGMS, a própria região onde hoje está localizado o Mato Grosso do Sul nunca chegou a explorar a escravidão e as Juntas de Emancipação das principais vilas do Sul do Mato Grosso nunca trataram da questão escravagista ou fizeram qualquer alusão a quilombos. “Além disto, após a Guerra da Tríplice Aliança, que uniu Brasil, Argentina e Uruguai contra o ditador paraguaio Solano Lopes, o número de escravos no Sul de Mato Grosso era tão reduzido que não se justificava a instalação de quilombos”, enfatiza o relatório. (Fonte: O Progresso)

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