Buscar uma alternativa para a atual situação do futebol estadual e ao comando da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Com esses objetivos principais foi lançado nesta quarta-feira o Mutirão Pró-Futebol, que reúne ex-jogadores, técnicos e dirigentes. O movimento é capitaneado pelo radialista e ex-presidente do Comercial, Arthur Mário, e por Amarildo de Carvalho, ex-zagueiro de Operário, Palmeiras e Porto (POR), e treinador quatro vezes campeão estadual, três delas pelo Comercial.
Nyelder Rodrigues/O Estado

Multirão chama atenção para falta de transparência e alternância de poder na FFMS
Junto com eles, o ex-presidente do Corumbaense e da FFMS, Alfredo Zanutti Jr, expuseram as ideias do grupo e os motivos que os levaram a se reunir com esse propósito. Presidente do Comercial por dois anos e candidado à presidência da Federação em 1998, sendo preterido pela chapa comandada por Francisco Cezário, ainda no comando da entidade, Arthur Mário afirma que a falta de transparência da atual administração move o grupo. “Precisamos abrir a estrutura do futebol local”, afirma.
De acordo com Arthur, isso só será possível com uma grande mobilização que inclua outros expoentes do esporte, como ex-jogadores, treinadores, árbitros e até políticos. “Vamos buscar o apoio dos três senadores do Estado e tentar trazer a CPI comandada pelo senador Romário até o Mato Grosso do Sul”. Além disso, vão levar o assunto até o governo estadual, um dos financiadores do Campeonato Estadual. “A Federação faz o campeonato com recursos públicos, através da Fundesporte, e vamos procurá-los para organizar um grande fórum para discutir o futebol no MS, estruturar equipes e competições de base”. Nem o fato da FFMS ter limitado a reeleição no comando da entidade foi poupado. “Ele (Cezário) não aprovou nada, apenas adequou o estatuto à Lei Pelé e com atraso. E só aconteceu por causa das denúncias que envolveram a Fifa e a CBF. Por isso também a CPI precisa passar por aqui”.
Amarildo de Carvalho, ex-atleta que começou no Operário e passou por grandes clubes, como o Palmeiras e o Porto-POR, e técnico com conquistas estaduais, tentou ser candidado à presidência da Federação nas últimas eleições, mas esbarrou no estatuto. “Vivenciei muita coisa como jogador e treinador. Só queremos montar uma chapa e participar também das eleições, mas sempre somos barrados”, lamenta.
Morenão
Outro ponto levantado no encontro desta quarta-feira é a atual situação do Estádio Morenão, que não pode receber jogos oficiais por falta de adequação e laudos. “Essa é uma situação que não pode continuar. O Comercial vai disputar o Campeonato Brasileiro e merecia jogar no Morenão, o Operário vai jogar pela Série B e tinha que jogar no Morenão”, lamenta. Para chamar a atenção para a situação da praça esportiva, que pertence à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), uma mobilização deve ser organizada no dia 25 de julho, um sábado. “Vamos dar um grande abraço no Estádio Morenão, com torcedores e pessoas que atuam e atuaram no futebol estadual. Neste dia, o Comercial vai jogar em Campo Grande pelo Brasileiro, mas no Jacques da Luz, precisamos mudar isso”.
Divulgação / UFMS

Vista aérea do Estádio Pedro Pedrossian, popular Morenão, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul
Confira abaixo, na integra, o manifesto divulgado pelo Multirão Pró-Futebo.
Nós, abaixo assinados cidadãos (ãs), manifestamos e defendemos a transparência e a democratização das entidades que administram o esporte, e em especial o futebol de Mato Grosso do Sul. O futebol representa o Estado, usa a bandeira, cores e o nome de Mato Grosso do Sul, e recebe recursos e investimentos públicos, portanto, é um patrimônio social e cultural de nosso Estado e por isso tem responsabilidade por essa gestão. Acreditamos que a alternância no exercício de cargos de direção é que propicia a melhoria na administração dos recursos econômicos e financeiros, com instrumentos de controle social e participação dos segmentos como desportistas e dos atletas no processo eleitoral. A evolução deve ser constante e em decorrência vem a melhora natural. Jamais a perpetuação! Aspectos como esses são importantes e os previstos na Lei 9.615, de 24 de março de 1998 (Lei Pelé), com ênfase no Artigo 18-a, acrescentado à Lei em 2013.
A própria Carta Magna do país assegura a todo o cidadão, de participar, de conviver, e decidir.
O momento atual pede mudanças rumo a um futebol que engrandeça a Mato Grosso do Sul, e
volte a ter a confiança dos sul-mato-grossenses.
Mutirão Pró Futebol de Mato Grosso do Sul