Dos sete times profissionais de Campo Grande, dois têm história de destaque no futebol estadual – e até mesmo quando a discussão abrange o esporte em âmbito nacional. Mas, de uns tempos [longos, diga-se de passagem], a dupla Comeráio não deixa suas torcidas tranquilas. O Galo caiu para a Série B do ano que vem e busca a todo custo o retorno à elite daqui na Justiça. E o presidente do Colorado afirmou em evento na manhã de hoje que, se “as coisas continuarem assim, o Comercial não vai disputar o campeonato no ano que vem”.
O time do Colorado foi o penúltimo do Estadual e quase caiu. A diretoria do Comercial chamou pai de santo, padre, pastor e espírita para fazer “trabalho”, benzer e orar para o time sair da incomoda posição. O “milagre” veio na última rodada. Como o time de pior campanha na competição conseguiu tamanha façanha: 6 x 0 sobre o terceiro colocado? Um time que só tinha vencido uma partida, conquistado 4 dos 51 pontos disputados até então?
Já o Galo, rebaixado, entrou com um recurso solicitando cancelamento do ponto do Rio Verde – para o qual perdeu. A medida traria o clube de volta à elite. O recurso está no JD (Tribunal de Justiça Desportiva) .
Na documentação, o clube pede a penalização do Rio Verde por ter atuado em seis confrontos com jogadores irregulares, segundo o Operário. Paulo Roberto Ramos e José Vieira teriam jogado a partida contra o Itaporã, Nova Andradina e Misto, com três amarelos (fato que os desabilitaria de jogar, pois deveriam cumprir suspensão automática.
Durante o lançamento oficial da parceira entre a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) e a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), para melhorias nos investimentos do esporte, o presidente do Galo, Antonio Vieira (o Tony Vieira) foi indagado pelo Capital News, mas não quis comentar o fato.
Série A sem Colorado
“Não importa se o time cair. Já são muitos meses com a corda no pescoço. Às vezes as pessoas falam: ‘Ah, o que que custa ter dois times na primeira divisão do Brasileiro?’ Custa muito”, diz Carlos Albertos Assis, presidente do Comercial.
O fato já ocorreu. O Comercial caiu para a segunda divisão em 2006 porque recusou-se a competir por falta de recursos.
Sede nova
Longe da Vila Olímpica (na rua Brilhante, bairro Bandeirantes) – tomada na Justiça para pagamento de dividas de cerca de R$ 1 milhão com fornecedores –, o Comercial agora busca uma nova sede. “O terreno já existe. É um espaço no Oliveira I, com 44 mil metros quadrados, onde vamos conseguir fazer nossa sede”, explica Assis.
A maior verba do clube vem do patrocínio com a Supritec: são R$ 300 mil por ano. Mas, o dinheiro não está garantido. “O contrato vence em dezembro. Assim que vencer, vamos discutir. Mas, há possibilidade de continuar sim”, disse Valter Margins, dono da empresa.
Amistoso
O amistoso entre o Comercial e a Seleção Brasileira Sub-20, confirmado para o dia 26 de agosto no Morenão, deve ajudar nas contas do clube sul-mato-grossense. Boa parte da renda [ingressos a R$ 10,00] deve ir para o clube. "Vamos vender e esperamos que a torcida vá em massa nos ajudar", espera Assis.
O estádio tem capacidade para 45 mil pessoas. Mas, cerca de 30 mil ingressos devem ser colocados a venda.