A temporada de 2025 entrou para a história como um divisor de águas — e dos mais dolorosos — para o futebol do Nordeste e da região Norte. Em um movimento raríssimo, três clubes nordestinos caíram simultaneamente da Série A, enquanto outros quatro, entre B e C, completaram a maior sequência de rebaixamentos da região desde o início dos pontos corridos.
A nova configuração das divisões nacionais para 2026 desenha um cenário de alerta máximo e obriga tradicionais instituições esportivas a enfrentarem reestruturações profundas.
SÉRIE A — A Maior derrocada Nordestina da era dos pontos corridos
Fortaleza — da euforia continental à queda irreversível
O Fortaleza viveu a queda mais simbólica do Brasileirão. Onde o clube fez campanhas de destaque em anos anteriores, enfrentou uma crise que culminou em seu rebaixamento para a Série B. Em 2023, o Fortaleza teve um desempenho sólido, terminando em 10º lugar e garantindo vaga na Sul-Americana, além de ter sido vice-campeão da competição continental.
Já em 2024, a equipe fez uma campanhas históricas, terminando em 4º lugar em 2021 e 2024, e se classificando para a Libertadores. No entanto, em 2025, o clube viveu um "colapso técnico", com instabilidade, lesões e mudanças de treinadores, teve a saída do histórico Juan Pablo Vojvoda, e a chegada do Português Renato Paiva que não foi bem e foi demitido. Até a chegada do Treinador Martín Palermo, que conquistou uma campanha de G-8 no segundo turno, mas os resultados fracos no inicio do Brasileirão, acabou resultando no seu retorno à Série B após 7 anos na elite.
A derrota por 4 a 2 para o Botafogo, no Rio, tirou o Tricolor do Pici matematicamente da elite, encerrando uma trajetória que, até pouco tempo, era modelo de gestão no país pelo CEO Marcelo Paz.
Kid Junior / SVM
A derrota para o Palmeiras, no Castelão lotado, colocou o clube na zona de rebaixamento na última rodada
Ceará — do bom início ao colapso na última rodada
O Ceará começou 2025 com bons sinais, mas uma sequência de tropeços no segundo turno desmontou a campanha.
O revés por 3 a 1 diante do Palmeiras, no Castelão, e os resultados paralelos empurraram o Vozão para a zona da degola na última rodada — um cenário dramático que gerou protestos e pedidos de mudanças estruturais.
Paulo Paiva/ Sport Recife
O Sport voltou à elite e decepcionou, sendo rebaixado e terminou na lanterna em 2025
Sport — da esperança a lanterna da tabela
O Sport voltou à Série A, mas não conseguiu sustentar competitividade.
Sofreu com troca de treinadores, sistema defensivo vulnerável e pouca capacidade de reação.
Terminou na lanterna, com acúmulo de problemas e deixando clara a necessidade de reconstrução quase total do elenco.
A queda conjunta de Fortaleza, Ceará e Sport representa a maior perda de força do Nordeste na elite desde 2011. Ao grupo de rebaixados se juntou o Juventude, fechando o Z4 da Série A.
SÉRIE B — Duro impacto da Região Norte com o rebaiamento do Amazonas e Paysandu
Paysandu — o gigante que desabou
Depois de temporadas de alternância entre esperança e frustração, o Paysandu viveu um dos anos mais difíceis de sua história recente. O Papão venceu apenas 5 dos 38 jogos, acumulou 20 derrotas e terminou na lanterna, retornando à Série C. O rebaixamento derruba boa parte do planejamento financeiro e exige reavaliação total do Clube alviceleste.
Amazonas — da ascensão meteórica ao revés
Campeão da Série C em 2023 e símbolo de crescimento acelerado na região Norte, o Amazonas não resistiu à competitividade da Série B de 2025. Com 8 vitórias, 12 empates e 18 derrotas, a Onça perdeu força no returno e entrou no Z4 na fase final. O rebaixamento interrompe uma trajetória promissora e obriga a SAF a reformular investimentos e estratégias para 2026.
Os outros rebaixados da Série B foram Volta Redonda e Ferroviária-SP.
Jorge Luís Tott i/ Paysandu
Os clubes da Região Norte, Paysandu e Amazonas estão rebaixados e jogaram na Série C em 2026
SÉRIE C — Colapso Nordestino com a queda do CSA e ABC além do Retrô que subiu com após o título e já caiu para Série D 2026
CSA — crise técnica e instabilidade institucional
O CSA viveu um 2025 turbulento em todos os setores. No campo, somou apenas 5 vitórias em 19 partidas, oscilou demais e não reagiu quando mais precisava.
O retorno à Série D simboliza o ponto mais baixo do clube em mais de dez anos.
ABC — queda marcada por empates e falta de força ofensiva
O ABC teve desempenho de time que lutou, mas não conseguiu ir além: 12 empates, apenas 2 vitórias e um ataque improdutivo.
A volta para a Série D coloca em xeque o modelo financeiro e esportivo do clube potiguar.
Retrô — de campeão da Série D a rebaixado em apenas um ano
Após vencer a Série D em 2024 e chegar com expectativa à C, o Retrô não se encontrou na competição. O desempenho irregular e uma sequência de derrotas no final do torneio selaram o retorno imediato à última divisão.
Rafael Ribeiro/CBF
Retrô comemorou o título inédito de campeão em 2024, e já volta rebaixado em 2026 no brasileiro D
Tombense — queda sem reação
O Tombense, um dos mais estruturados da Série C, terminou na lanterna, surpreendendo negativamente especialistas e torcedores.
Um ano que redesenha o futebol nacional
A soma das quedas de Fortaleza, Ceará, Sport, Paysandu, Amazonas, CSA, ABC, Retrô e Tombense cria um cenário de instabilidade raríssimo no futebol brasileiro.
O impacto ultrapassa as quatro linhas:
Redução drástica de receita de TV e premiação, Início de processos de reestruturação emergencial, Trocas de diretoria e saídas de jogadores, Mudança completa no mapa competitivo do país e queda de público e retração comercial regional.
Para as torcidas, o ano de 2025 ficará marcado como símbolo de dor e resiliência. Mas, como sempre acontece no futebol nordestino e nortista, o que nasce depois das quedas costuma ser ainda mais forte.
2026 será o ano da reconstrução para esses clubes. E a paixão do torcedor, essa, definitivamente nunca vai cair.
Yuri Kairon
Os tradicionais ABC de Natal e o CSA de Alagoas decepcionam e irão jogar a última divisão do Brasileirão
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