No início desta semana o Ministro do Esporte, George Hilton, esteve em Campo Grande, para discutir assuntos relativos à sua pasta. Durante a visita, o ministro se reuniu com o governador do estado, Reinaldo Azambuja e na sequencia, com o prefeito da capital, Gilmar Olarte. Em seu primeiro discurso para a imprensa, o ministro destacou a parceria público-privada como forma de impulsionar o esporte na região, narrativa essa, que já vem sem usada tanto pelo governador, como pelo prefeito da cidade.
Segundo Hilton, o ministério do esporte pretende trabalhar dentro da lei de incentivo. “O governador se mostrou extremamente sensível que aja uma parceria entre a União e o Estado e a gente vai trabalhar também dentro da lei de incentivo ao esporte, ou seja, convocando as empresas privadas para que sejam parceiras desse projeto”, explica o ministro.
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A reunião foi em portas fechadas e somente ao final, o ministro e o governador conversaram com a imprensa
O governador Azambuja também defende o discurso de terceirização dos serviços para uma solução mais rápida e eficiente do problema. “A estrutura do Ministério, preocupada com esses espaços esportivos, com as políticas públicas, deve utilizar a lei de incentivos que já existe e que pode trazer a iniciativa privada a financiar grande parte desses empreendimentos, então isso tudo foi tratado aqui e eu tenho certeza de que nós poderemos caminhar juntos numa boa parceria”, defende o governador.
Gilmar Olarte, prefeito de Campo Grande, usou o discurso de terceirização durante o lançamento do estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas. Na ocasião, Olarte comentou que tentaria junto à reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), responsável pelo Morenão, assumir o estádio, como já é feito em outras cidades do país. “Nós faríamos, dentro daquilo que a legalidade permitir, no intuito de atrair investimentos, para que nós pudéssemos ter o nosso Morenão de volta. Em reunião a reitora me disse que isso é uma tendência, então eu não vejo muito dificuldade em a gente alavancar esse assunto, porque se é uma tendência, se é natural, eu acho que nós temos grandes chances de avançarmos nessa negociação”.
Sobre a terceirização dos serviços para reforma do estádio, o prefeito explicou que é um “negócio em que todos ganham”. “A prefeitura não vai investir no Morenão. A prefeitura vai trazer parcerias. Ela tem que ser fomentadora, tem que ser uma alavanca propulsora nessa área. A iniciativa privada, quando investe num jogo ou num time, ela tem o retorno na publicidade, na propaganda, isso fortalece a marca dela”, reforça o prefeito.
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Durante a reinauguração do estádio das Moreninhas, Jacques da Luz, prefeito e representante da Federação Estadual de Futebol de MS, comentam sobre reforma do Morenão
Não restringindo o esporte a simplesmente futebol, mas ressaltando a importância do estádio Morenão, até como patrimônio histórico da cidade, por se o maior estádio universitário da América Latina, o prefeito reforçou a ideia de que o mesmo seja transformando numa Arena Multiuso. "Temos que transformar o Morenão em uma arena moderna e de multiusos, como as dos grandes centros. Tenho até um investidor Chinês que toparia essa empreitada. Agora temos que ver a forma legal deste projeto dar certo" finaliza sem dar maiores explicações quanto a este provável investidor.
O representante da Federação Estadual de Futebol de MS, Marcos Tavares, defendeu que para haver um interesse das empresas privadas, primeiro é preciso que o poder público demonstre interesse. “Para resolver o Morenão, nós precisamos de recursos e investimos públicos e que sejam de grande porte. Porque se houver incentivo do pode público é fácil as empresas privadas investirem”. Sobre o valor da obras, Tavares estima em torno de R$1,5 milhão. “Eu diria assim, nós gastamos R$ 1,6 milhão no jogo do Brasil. Nós trocamos toda a iluminação, reformamos o gramando, pintamos toda a estrutura, colocamos a mata acrílica em cima da marquise, que era uma exigência da engenharia, recuperamos a parte de concretagem, a parte de cobertura da própria cobertura, recuperamos as cadeiras. Naquele jogo nós gastamos R$1,4 milhão, então eu não acredito que uma reforma do Morenão não sairia por menos do que isso”, destaca Tavares.
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Estádio que já foi Palco de grandes clássicos, hoje sofre com interdição e sem perspectivas de reforma
Em 2013, o Governo Federal, através do Ministério dos Esportes, anunciou o repasse de R$ 11 milhões para contemplar as cidades que ficaram fora da Copa do Mundo. Até o momento, nada foi repassado aos estádios de Campo Grande. Questionado sobre o assunto, o ministro do esporte explicou que a verba não foi repassada por má administração da gestão passada. “Nós já temos encaminhamentos que estão agora sendo reformulados, iremos assinar uma ordem de serviço, essa demonstração minha de vir aqui, é exatamente demonstrando que mesmo com a troca de ministros e com a mudança dos governos, nós temos uma política de continuidade para que as capitais brasileiras sejam grandes palcos de apoio ao esporte”, ressalta Hilton.
De concreto em relação às promessas feito pelo ministro, temos a ordem de serviço para a construção de uma pista de atletismo no Parque Ayrton Senna, com investimentos de R$ 6 milhões, sendo R$ 3,5 milhões em recursos da União e R$ 2,4 milhões de contrapartida da prefeitura, assinada na terça-feira (31), dia da visita do ministro ao estado.