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É difícil diagnosticar a doença porque ela é semelhante a outras doenças nos primeiros sinais, afirma médico oncologista
O mês de fevereiro é conhecido como Fevereiro Laranja é o mês dedicado à conscientização sobre a prevenção, diagnóstico e combate à leucemia. De acordo com dados da Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul, em 2022 foram realizadas 222 internações a pacientes com a doença, 151 a menos que em 2021 onde 373 foram internados.
A leucemia é um tipo de câncer que atinge os tecidos formadores de sangue, incluindo a medula óssea. Existem vários tipos, como por exemplo a leucemia linfoblástica aguda.
Muitos pacientes com tipos de leucemia de crescimento lento não têm sintomas. Os tipos de leucemia de crescimento rápido podem causar sintomas que incluem fadiga, perda de peso, infecções frequentes e sangramento fácil ou hematomas.
O Capital News entrevistou o médico Oncologista Hematologista Pediátrico Marcelo dos Santos Souza que atua na área há 27 anos. Ele atua no Centro de Tratamento de Oncologia Infantil (Cetohi), um dos serviços de referência do Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS) que vai esclarecer as principais dúvidas que as pessoas podem ter sobre a doença.
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1. Capital News: Por que é difícil diagnosticar a leucemia em crianças?
"É difícil diagnosticar a doença porque ela é semelhante a outras doenças nos primeiros sinais"
Marcelo dos Santos Souza: É difícil diagnosticar a doença porque ela é semelhante a outras doenças nos primeiros sinais. As dores no corpo, por exemplo, que é um dos sintomas pode representar as dores comuns em fase de crescimento.
2. Capital News: Quais os principais sintomas que os pais devem estar atentos?
Marcelo dos Santos Souza: São vários os sintomas que os pais precisam se atentar, entre eles a febre prolongada sem foco infeccioso, aumento dos gânglios embaixo dos braços, palidez cutânea e manchas roxas pelo corpo.
3. Capital News: Quais são as chances de cura da leucemia?
Marcelo dos Santos Souza: Hoje a leucemia é curável em até 90% dos casos.
4. Capital News: Como é o tratamento da leucemia e em quais casos o transplante de medula óssea é indicada?
Marcelo dos Santos Souza: Ao todo são dois anos de tratamento da doença. O tratamento é feito com quimioterapia e transplante de medula só vai ser indicado nos casos onde o paciente não responde à medicação, nesse caso depende de cada organismo.
5. Capital News: Quais são as principais reações adversas de um paciente que está em tratamento?
Marcelo dos Santos Souza: A principal reação adversa e a que mais chama a atenção dos pacientes é a queda de cabelo. Além disso, a criança fica mais propensa a infecções, anemias e por causa disso acaba precisando ter de tomar sangue e receber plaquetas.
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A febre prolongada sem foco infeccioso e aumento dos gânglios embaixo dos braços são os principais sinais da doença
6. Capital News: Qual o principal desafio no tratamento da doença?
Marcelo dos Santos Souza: O principal desafio é fazer um diagnóstico precoce. É aí que entra o papel do pediatra que precisa avaliar com muita atenção, solicitar exames adequados como o hemograma para assim os pais buscarem um centro especializado infantil
7. Capital News: Quais são os exames indicados para detectar a doença?
Marcelo dos Santos Souza: O hemograma é sempre o exame básico para os pacientes pensarem nessa doença. Além disso, o exame físico, como observar se as crianças têm aumento na barriga.
8. Capital News: O que causa a leucemia?
Marcelo dos Santos Souza: Não existe uma causa determinante para a leucemia, pode ser predisposição genética, estilo de vida, contato com agrotóxico, dentre outras, ou seja, são causas multifatoriais.
9. Capital News: Durante o tratamento, como deve ser a alimentação da criança?
Marcelo dos Santos Souza: Durante o tratamento a criança deve ingerir menos açúcar, menos substância artificiais, evitar comer na rua para evitar para dessa forma evitar infecções. Isso porque, além de estar muito atento à cura da leucemia, deve-se evitar infecções durante o tratamento.
10. Capital News: Em qual idade as chances de cura são menores?
Marcelo dos Santos Souza: Estudos científicos mostram que crianças entre as idades de menor de 1 ano e maior de 9 anos tem menos chances de cura por causa do próprio comportamento biológico da doença. Outro fator é a contagem dos glóbulos brancos, ou seja, as células de defesa são maiores que 50 mil.
