Acervo pessoal

Os sentimentos constantes de rejeição, ativa padrões negativos sobre si prejudicando a autoestima e a saúde emocional
Segundos os especialistas que estudam a mente humana as doenças emocionais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico entre outras, não surgem da noite para o dia. Isso porque alguns fatores e situações são combustíveis poderosos para a evolução de um transtorno, um deles é a baixa autoestima.
Com a vida mais acelerada, o estresse e cobrança cada vez mais presentes desde a infância, cada vez mais adultos estão apresentando problemas graves de autoestima e não é dada a devida importância a isso. As consequências que a falta de confiança e estima são sérias e podem trazer danos para a saúde física e mental é o que explica a Psicóloga Marilza Duarte da Silva.
Nascida em Poxoréu, município que fica no interior de Mato Grosso, Marilza é Psicóloga clínica, é pós-graduada em terapia Cognitivo comportamental, conhecimento clínico em terapia de esquema. Além disso, é formada em Gestão de Recursos Humanos com experiência em terapia de grupo.
A Psicóloga bateu um papo com o Capital News sobre a autoestima e como ela é importante para uma qualidade de vida física e emocional.
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CUIDE-SE: O lado cinza da autoestima
1. Capital News: O que é autoestima?
"Envolve sentimentos de amor, valor e pertencimento em relação a si próprio"
Marilza Silva: A autoestima é o modo ou estilo de ser de cada pessoa, ela envolve sentimentos de amor, valor e pertencimento em relação a si próprio. Além disso, é a visão que a pessoa tem de si, como se relaciona consigo mesmo, envolve seus objetivos acadêmicos e profissionais, moralidade, autorrealizações, assim como seus próprios confrontos, no modo como se comporta e se respeita, se cuida e satisfaz as próprias necessidades.
2. Capital News: Como a autoestima influencia na saúde emocional?
Marilza Silva: Autoestima tem tudo a ver com nossa saúde emocional, nos impulsiona a realizações, superações dos confrontos. Os sentimentos constantes de rejeição, fracasso, críticas e se sentir indesejado, oprimido ativa padrões negativos sobre si, prejudicando a autoestima e a saúde emocional, dificultando realizações, superações de confrontos e ativando em alguns casos padrões de adoecimento emocional.
3. Capital News: O que seria uma autoestima baixa e alta e como ela influencia no estilo de vida de uma pessoa?
Marilza Silva: Autoestima baixa o individuo tem baixa valorização de si mesmo, valida mais os seus defeitos do que qualidades, tem medo de errar, tem dificuldades em fazer enfrentamentos e em desenvolver potencialidades. Autoestima, a pessoa reconhece seus valores e seus defeitos, reconhece seus limites, busca melhorar, consegue fazer enfrentamentos em situações de erros e criar habilidades.
4. Capital News: O que envolve a autoestima?
Marilza Silva: A convivência no processo de desenvolvimento com grupos saudáveis como: familiar, acadêmico, de amigos, trabalho e espiritual (igreja), contribuem para construção de uma boa estima e fortalece o amor-próprio. Além disso, favorece a autoaceitação, o respeitar os limites, autoconfiança para alcançar seus objetivos e desenvolve um bom autoconceito sobre si e os outros.
5. Capital News: A pessoa pode nascer com autoestima baixa?
"Autoestima é construída no processo de nossa vivência"
Marilza Silva: Não, a autoestima é construída no processo de nossa vivência, ela sofre influência dos grupos familiar, acadêmico, cultural, ambiental entre outros. Além disso, é fortalecida pelos vínculos, grupos saudáveis proporcionam equilíbrio na construção de uma boa autoestima.
6. Capital News: Quais sintomas da autoestima e baixa autoestima?
Marilza Silva: Quem está com autoestima elevada não teme errar, estabelece boas relações com outras pessoas, consegue fazer bons enfrentamentos nas dificuldades e insucessos da vida, não dependem de aprovação dos outros e desenvolvem suas potencialidades.
Já a baixa autoestima causa: medos e fobias, dificuldades interpessoais, aflição e insegurança, dependência de juízo alheio, depressão, falta de realização das próprias potencialidades.
7. Capital News: Quais doenças podem ser desencadeadas com a baixo autoestima?
Marilza Silva: Podem desencadear crises de algofóbia (medo mórbido das dores físicas ou morais), pânico, depressão entre outros incômodos e transtornos com prejuízos significativos a saúde psicossocial da pessoa.
8. Capital News: Como a pessoa descobre a baixa estima?
"Reconhecer que não está bem não e fácil"
Marilza Silva: Reconhecer que não está bem não e fácil, mas quando notamos que estamos com dificuldades para lidar com conflitos, tomar decisões importantes, estresse, insônia, entre outras situações que se tornam constantes em nossa vida.
9. Capital News: Como a psicologia pode ajudar? E quais os desafios para o profissional também para a pessoa que busca tratamento?
Marilza Silva: A terapia tem como objetivo amenizar o sofrimento psicológico e levar o paciente a elaborar e lidar melhor com os conflitos internos entre outras situações que fazem parte de suas demandas do dia a dia, contribuindo para a manutenção da saúde psicossocial.
O desafio do profissional é entender a dinâmica que leva as pessoas ao adoecimento psicológico e contribuir para amenizar o sofrimento do paciente. As pessoas vivem um imediatismo que colabora ao aumento do nível de estresse, assim como preocupações constantes e acabam deixando de lado a saúde psicológica por falta de tempo, tratar demanda tempo e tempo com o qual estamos falando para nos que somos importantes, por isso podemos dedicar tempo para nos cuidar.
10. Capital News: Identifiou que não esta bem, qual o caminho para voltar a ter autoestima?
Marilza Silva: É importante buscar ajuda profissional, ajuda médica com psiquiatra e psicólogo é fundamental.
"Busque se conhecer, se aceitar, se amar"
11. Capital News: Quais dicas você deixa para as pessoas?
Marilza Silva: Busque se conhecer, se aceitar, se amar, atenda as suas próprias necessidades e busque ajuda caso ache necessário, só podemos amar o próximo se nos amarmos primeiro.