Devido à falta de infraestrutura física da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), os cursos oferecidos pela instituição de nível superior podem não ser reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), que analisará a estrutura dos cursos no decorrer de 2013 e 2014.
A informação foi passada ao Capital News pela acadêmica de turismo Maristela Borges, que é uma das cinco líderes dos alunos da universidade, que estão em greve por causa da situação em que o campus de Campo Grande se encontra. Dezenas de estudantes foram à Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira (26) para pedir socorro aos vereadores.
“Queremos mostrar que a UEMS existe em Campo Grande. Precisamos melhorar a estrutura física da nossa universidade como bibliotecas e laboratórios. Não temos sala de aulas para estudar”, conta a estudante que explicou que a universidade, atualmente, funciona em dois locais distintos na capital sul-mato-grossense.
“Os cursos foram divididos. Metade está na cidade universitária, que fica na Rua dos Dentistas, 500, bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo. A outra metade precisou ir para o colégio estadual Hércules Maymone”, conta.
Segundo a acadêmica, sem bibliografia mínima e nem sequer biblioteca, os cursos podem não ser reconhecidos pelos MEC. “Em 2013, os cursos de letras, artes cênicas e geografia vão passar por avaliação do Ministério. Em 2014, serão os cursos de turismo e mestrado. Precisamos dessa mudança já. Não podemos esperar a construção de uma sede”, disse.
Maristela lembrou que os alunos correm o risco de se formarem e não terem o diploma reconhecido, já que a estrutura da universidade não oferece boas condições para a formação do profissional. “Por esse motivo, os alunos estão em greve”, justifica.
Outro ponto solicitado pelos manifestantes é a autonomia da UEMS. Os alunos querem que a diretoria da universidade possa decidir como gerenciar a verba recebida do Governo Estadual. Hoje o governo decide como esse dinheiro é aplicado.
“Como exemplo, as universidades estaduais de São Paulo recebem 3% do ICMS do Governo Estadual e aplicam o dinheiro como julgarem necessário. Aqui isso não acontece. Queremos que esse poder de decisão seja da própria universidade”, afirma.
Atualmente, a UEMS possui 15 unidades espalhadas por todo o Estado. Ainda de acordo com a universitária, o campus da capital é o que mais sofre com a infraestrutura precária da universidade.
O Capital News ouviu a vereadora Professora Rose Modesto (PSDB) que tem sua história ligada à educação. Ela opina que, apesar do assunto ser da esfera estadual, o Legislativo Municipal pode interferir e ajudar a situação dos alunos.
“Eu penso que a Comissão de Educação dessa Casa, de repente, pode marcar uma conversa com a comissão deles [representantes da universidade] e irmos atrás. Podemos conversar com o Governo do Estado sobre isso. Eu acho que é difícil falar de educação com qualidade se você não tem infraestrutura mínima necessária”, disse a parlamentar.
O assunto da UEMS não entrou em pauta na sessão de hoje (26) da Câmara Municipal por causa da