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Economia Sábado, 13 de Dezembro de 2008, 12:43 - A | A

Sábado, 13 de Dezembro de 2008, 12h:43 - A | A

Homens acima dos 40 anos lideram calotes ao comércio de Dourados

Da Redação (LM)

Pesquisa da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced) mostra que os homens são os que mais se individaram no mês de novembro. De acordo com o balanço, homens, principalmente acima dos 40 e 50 anos lideram o ranking da inadimplência.

No Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), pessoas do sexo masculino nesta faixa etária somam juntas mais de R$ 11 milhões de dívidas no comércio de Dourados, quando o total de débitos é de pouco mais de R$ 15 mihões. Já o número de cadastros de pessoas do sexo masculino é de 21.860 contra 11.474 mulheres na mesma faixa etária.

A tabela mostra ainda que acima dos 50, mais de 6 mil pessoas devem juntas R$ 5 milhões. Na faixa dos 50 anos, cerca de 5.600 pessoas devem um total de quase R$ 3 milhões. Já na dos 40 anos, 8 mil pessoas acumulam uma dívida de quase R$ 4 milhões.

A faixa etária, tando de mulheres como homens que menos têm dívidas é dos 18 aos 20 anos. Juntos, eles somam uma dívida de pouco menos do que R$ 300 mil. A partir dos 25 até os 30 anos há um visível acúmulo de dívidas. Em Dourados a inadimplência causa um prejuízo de mais de R$ 3 milhões.

De acordo com o vice-presidente da Telecheque, José Antônio Praxedes Neto, pagamentos que antes eram feitos em no máximo três vezes, hoje chegam a dez, doze parcelas, ou seja, os prazos praticados no varejo estão bem mais longos. “Sem dúvida, este fator tem contribuído para o endividamento do consumidor e dificultado o controle financeiro, e a principal conseqüência é o aumento da inadimplência", afirma. A Telecheque, empresa especializada na concessão de crédito no varejo, é líder no mercado de verificação e garantia de cheques do País.

Ele justifica a crise aos 40 anos, observando os acúmulos nesta faixa etária. “Com a responsabilidade de liderar a casa, muitos homens acabam herdando as contas do mês. Como conseqüência, são eles que lideram o ranking de inadimplência”, disse, observando ainda que os consumidores estão mais atentos para não entrarem em dívidas, mas o descontrole financeiro ainda é o grande vilão dos brasileiros. `Muitas famílias são surpreendidas com alguma conta no final do mês que não estava prevista como, por exemplo, uma doença inesperada. Esse é o tipo de situação que acaba afetando o planejamento familiar e, por vezes, compromete o pagamento das dívidas”, explica José Antonio.

Outros motivos causam o endividamento. Entre eles, destacam-se os empréstimos de nome (8,64%) e os que ficaram desempregados (4,51%). “Emprestar o nome é mais comum do que se imagina. É preciso ficar atento, independente se os empréstimos são para familiares ou amigos. Não podemos prever se a pessoa terá ou não condições de quitar a dívida quando for preciso. É um risco muito grande”, alerta Praxedes.

O comerciante Ronaldo Gonzatti, disse que a inadimplência é o principal entrave do comércio. Segundo ele, 90% das vendas que faz é a prazo. Destes, 12% não são pagas. Segundo Gonzatti, a preocupação de se vendar mais em dezembro é que as dívidas de janeiro a abril do ano seguinte dificilmente são acertadas. “Todo o ano é assim. As pessoas acumulam dívidas de fim de ano e não conseguem quitar nas datas certas. Estou cobrando dívidas de dezembro de 2007, para se ter uma idéia”, reclama.

Gozatti disse que a esperança ressurge com a chegada do pagamento da primeira parcela do 13º salário. “Já consegui bastante promessas de pagamentos de contas antigas. Agora é esperar”, disse, observando que a maneira encontrada para diminuir os calotes é a restrição do crédito. “Os comerciantes compram e além de juros altíssimos têm pouco tempo para pagar a mercadoria a ser revendida. É um prejuízo muito alto”, conta. (Dourados Agora)

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