Em um mês, o botijão com gás de cozinha ficou quase 10% mais caro, o valor cobrado pelo etanol e a gasolina ficaram mais de 4,3% altos. Todos estes aumentos contribuíram para que a inflação registrada em Campo Grande para o mês novembro seja maior que o percentual apurado para outubro. O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) fechou mês passado em 0,38%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. A taxa de outubro foi de 0,28%.
De acordo com o coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza, os principais responsáveis pelo resultado do índice foram os grupos Transportes (2,78%) e Habitação (1%). As maiores baixas ocorreram com Vestuário (-1,95%), Alimentação (-0,55%) e Despesas Pessoais (-0,53%).
"A inflação ainda permanece controlada, pois na análise do acumulado as taxas estão bem abaixo da meta inflacionária fixada pelo governo, o que indica que as medidas econômicas tomadas pelas autoridades vêm dando certo, surtindo os efeitos esperados. Com isso, tem diminuído o valor da taxa Selic. Recentemente o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizou o corte da taxa básica de 7,5% para 7% ao ano, resultando na décima queda seguida, o que pode dinamizar o setor econômico brasileiro, com geração de emprego e renda, caso os bancos realmente adotem a medida", explica.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 2,57%, índice abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. No período, a maior taxa em relação aos grupos é do Vestuário, com 8,19%, seguido de Transportes e Habitação, com inflações acumuladas de 7,49% e 4,15%, respectivamente.
No acumulado do ano, ou seja, em 11 meses, a inflação registrada subiu de 1,78% (até outubro) para 2,17%, taxa ainda baixa quando comparada com anos anteriores. "Observamos que o único grupo que está destoando em relação às inflações acumuladas é Vestuário, que teve inflação acumulada de 5,99%, muito acima do índice acumulado geral do período. Ele voltou a ter deflação no seu índice, indicando uma acomodação dos preços, certamente devido à baixa demanda que deve estar ocorrendo no mercado", avaliou Celso.
Aparecem também com altas inflações acumuladas os grupos Transportes (7,21%) e Habitação (3,93%). Com altas deflações no período, aparecem Despesas Pessoais (-2,89%) e Alimentação (-2,76%). Os demais grupos têm inflações/deflações dentro da normalidade.
Os 10 "vilões" da inflação, em novembro:
Gás em botijão, com inflação de 9,69% e contribuição de 0,23%;
Gasolina, com inflação de 4,32% e contribuição de 0,14%;
Diesel, com inflação de 3,65% e participação de 0,10%;
Etanol, com variação de 4,35% e colaboração de 0,08%;
Ônibus urbano, com acréscimo de 4,23% e contribuição de 0,07%;
Ovos, com variação de 13,21% e colaboração de 0,03%;
Queijo-de-Minas, com acréscimo de 8,33% e contribuição de 0,02%;
Fogão, com reajuste de 13,61% e participação de 0,02%;
Short e Bermuda masculina, com elevação de 3,34% e colaboração de 0,02%.
Linguiça fresca, com aumento de 8,23% e participação de 0,01%;
Já os 10 itens que auxiliaram a reter a inflação, com contribuições negativas foram:
Tênis, com deflação de -7,82% e contribuição de -0,08%;
Refrigerador, com redução de -13,33% e colaboração de -0,07%;
Camisa Masculina, com diminuição de -9,25% e participação de -0,06%;
Papel higiênico, com decréscimo de -12,05% e contribuição de -0,05%;
Acém, com baixa de -6,28% e colaboração de -0,05%;
Açúcar, com diminuição de -9,07% e participação de -0,05%;
Blusa, com redução de -3,87% e contribuição de -0,04%;
Carne seca/charque, com decréscimo de -18,48%e colaboração de -0,04%;
Máquina de lavar roupa, com queda de -14,13% e participação de -0,03%;
Alcatra, com baixa de -2,13% e contribuição de -0,03%.