independência ou morte
Foi através de um grito do imperador Dom Pedro I, às margens do Rio Ipiranga, na atual cidade de São Paulo que o país rompeu a ligação com Portugal e tornou uma nação independente. Há exatos 202 anos, no dia 7 de setembro, o Brasil foi proclamado independente.
A data é um marco para a história do país, isso porque celebra o momento em que o Brasil conquistou sua independência política em relação a Portugal e tornou-se uma nação soberana. Assim, o país deixou de ser uma colônia de Portugal e se tornou um país independente, com seu próprio governo.
A partir disso, os brasileiros puderam desenvolver um senso de unidade e pertencimento a uma nação única, com sua própria história, cultura e instituições. Com a independência, o Brasil ganhou maior autonomia para tomar decisões políticas, econômicas e sociais em prol do seu desenvolvimento. Isso permitiu ao país estabelecer suas próprias políticas internas e externas, ou seja, proporcionou para o Brasil ter o controle do seu desenvolvimento e a capacidade de conduzir os assuntos internos e externos conforme os seus próprios interesses.
Desfiles e homenagens
De acordo com historiadores, desde 1930, para celebrar a data e o fomento à identidade brasileira, são realizados os desfiles cívicos com a participação de escolas e algumas entidades. Antes disso, somente os militares cruzavam ruas e avenidas no evento em alusão à Independência do Brasil.
Neste sábado (7), em Campo Grande, aproximadamente 15 mil pessoas acompanharam o desfile pela rua 13 de maio, no centro da capital. A Associação Cidade dos Meninos de Campo Grande, acompanhada de sua banda, foi quem fez a abertura do desfile, e na sequência Filhas de Jó e Ordem Demolay.
Mais de 20 organizações civis e militares desfilaram. O início foi comandado pelos alunos das escolas estaduais Neyder Suely, São Francisco, Teotôno Vilela, 26 de Agosto, e das cívico-militares Marçal de Souza, Professor Tito, e integrantes do Projeto Florestinha, da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, do Projeto Bom de Bola, da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer), e estudantes do Colégio Militar de Campo Grande.
Em seguida, o desfile à pe de membros das Forças Armadas (Exército e Força Aérea) e das forças de segurança pública (Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Penal). O evento, contou com a presença do governador Eduardo Riedel e se encerrou com a passagem de veículos motorizados também das forças de segurança pública.
Deurico/Arquivo Capital News
Em Campo Grande,aproximadamente 15 mil pessoas acompanharam o desfile pela rua 13 de maio
Grito dos excluídos
O Dia da Independência do Brasil é também um momento de reflexão para muitas pessoas no que tange a história do país, direitos e oportunidades.
Por isso, movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, e ativistas do campo e da cidade se se reúnem com faixas e cartazes para denunciar as várias formas de exclusão social e chamando a atenção da sociedade e das autoridades presentes para as necessidades das populações em vulnerabilidade social.
Renata Santos Portela/Capital News
Grito dos excluídos traz tema: "Vida em primeiro lugar! Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?"
O movimento nacional está na sua 30ª edição, este ano o tema é: "Vida em primeiro lugar! Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?". O objetivo é destacar a importância de colocar a vida em todas as suas formas no centro das políticas públicas, especialmente em um momento em que problemas sociais, econômicos e ambientais têm sido observados.
Aqui, no estado as pautas foram a necessidade da demarcação de terras indígenas, da reforma agrária, da proteção a população trabalhadora do campo, nos acampamentos, assentamentos, retomadas e aldeias. Além disso, o fim da violência contra as mulheres, a ampliação dos investimentos na educação pública de qualidade, a luta pela tarifa zero no transporte público, a luta pelo SUS, gratuito e de qualidade para a população, a luta contra os juros altos que prejudicam a economia do país.
Sobre o Grito dos Excluídos e Excluídas
O Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em 1995 como uma resposta ao Grito da Independência, tradicionalmente celebrado em 7 de setembro. Foi idealizado durante a 2ª Semana Social Brasileira, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o intuito de dar visibilidade às vozes silenciadas das periferias e das áreas rurais do país, questionando a independência proclamada em 1822 por um príncipe e propondo uma reflexão sobre a verdadeira soberania popular.
Desde seu primeiro ato, o Grito dos Excluídos e Excluídas é um movimento que busca evidenciar os sofrimentos das populações marginalizadas, trazendo à tona os problemas que muitas vezes são ignorados por governos e pela sociedade em geral. O movimento é marcado pela defesa dos direitos humanos, a participação ampla e plural de entidades, igrejas, pastorais, movimentos sociais e populares comprometidos com as causas dos excluídos e excluídas.
Programação e Objetivos
Renata Santos Portela/Capital News
Grito dos excluídos traz tema: "Vida em primeiro lugar! Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?"
Ao longo de quase três décadas, o Grito dos Excluídos e Excluídas se consolidou como uma manifestação popular carregada de simbolismo e comprometida com a luta por uma sociedade mais justa, solidária e fraterna. As atividades deste ano em Campo Grande incluem uma caminhada ao final do desfile cívico, manifestação com cartazes e faixas, divulgação nas redes sociais e para imprensa, além de discursos durante o ato público que evidenciam as necessidades urgentes para as pautas levantadas.
A proposta do Grito não se limita ao dia 7 de setembro, mas é um processo contínuo de mobilização e reflexão que acontece ao longo do ano, com a realização do "Dia D do Grito" no dia 7 de cada mês. Esse esforço constante busca ampliar o debate sobre as causas sociais locais e nacionais, promovendo uma cidadania participativa. (Matéria alterada às 17h48 para acréscimo de informações)