A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) formalizou a proposta de pacto intersindical pela manutenção da atividade econômica do emprego e nas indústrias do Estado ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MS), Ministério Público do Trabalho (MPT/MS) e às lideranças sindicais dos trabalhadores.
Pela proposta, em uma análise de empresa por empresa, categoria por categoria, seria adotada a redução da jornada de trabalho e salarial nos setores em que a crise esteja mais aguda. O presidente da Federação, Sérgio Marcolino Longen, destacou que a proposta reconhece a existência de um quadro de dificuldades em algumas atividades econômicas e apresentou sugestões de flexibilização da legislação trabalhista e a instituição de um sistema de compensação de horas extraordinárias, mais conhecido como Banco de Horas, para evitar o ato de demissões no setor industrial.
A entidade ainda sugere a manutenção dos empregos pelo período em que durar o pacto intersindical, incluindo um programa de requalificação de mão-de-obra elaborado e executado pelo Senai.
Soluções
O presidente do TRT, Ricardo Geraldo Monteiro Zandona, recomendou a análise das proposições nas respectivas assembléias sindicais e marcou para a próxima segunda-feira (09/02), às 9 horas, uma nova reunião com todos os representantes dos interessados mais Governo do Estado e Prefeitura de Campo Grande.
Os desembargadores Márcio Thibau Vaz de Almeida, Abdalla Jallad e Nicanor de Araújo Lima foram unânimes em destacar o ineditismo do pedido de participação preventiva da Justiça do Trabalho. “A pauta está aberta e o caminho está sendo iniciado com o surgimento de novas propostas”, disse Nicanor Lima.
Sindicatos laborais
As lideranças sindicais dos trabalhadores comentaram as propostas feitas pela Fiems e prometeram levá-las para serem analisadas pelos trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Campo Grande e Região, Rinaldo de Souza Salomão, disse que é o primeiro passo na busca de uma ferramenta de negociação e destacou que foi a primeira vez que o sindicato patronal provocou uma reunião nesse sentido.
O presidente da CUT no Mato Grosso do Sul, Alexandre Costa, disse que a crise será vencida com trabalho e sugeriu que o Governo do Estado apresente outras soluções que não exijam redução de jornada e de salário. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Extrativa Metais Básicos e Minerais Não-Metálicos, Marco Antônio Rios, declarou que a crise é preocupante e espera que as demissões sejam o último recurso. (Com Fiems)