A maior confiança em ativos de risco abriu caminho para a queda do dólar nesta quarta-feira (12), diante da alta consistente das commodities e das ações no mercado internacional.
A moeda norte-americana caiu 0,59%, vendida a R$ 1,677. Na semana, a moeda acumula desvalorização de 0,53%, mas, no ano, divisa tem alta de 0,66%.
O índice Reuters-Jefferies de commodities, que influencia a taxa de câmbio brasileira devido ao peso das matérias-primas na balança comercial, atingiu o maior patamar em 27 meses, com alta de 1,3%.
O bom humor era atribuído ao resultado do leilão de títulos públicos em Portugal. A forte demanda pelos papéis amenizou por ora a pressão para que o país peça ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), a exemplo do que Grécia e Irlanda fizeram no ano passado.
Internamente, apesar da expectativa de que o governo possa adotar novas medidas contra a valorização do real, a pressão inflacionária que uma alta brusca do dólar causaria diminui a probabilidade de uma ação muito contundente, avaliam profissionais de mercado, o que favoreceu a queda do dólar.
Nesta quarta, a divulgação de que as vendas no varejo subiram mais que o esperado em novembro (1,1%) deram mais certeza sobre o grau de aquecimento da economia e a necessidade de um aumento dos juros na próxima semana --algo que ainda torna mais atrativo o ingresso de capitais.
O mercado ainda se vê às voltas com um forte ingresso de recursos ao país nos últimos dias -- ainda que parte tenha sido absorvida pelo Banco Central em leilões. Na primeira semana do mês, conforme dados do BC, a entrada líquida de capitais superou US$ 4 bilhões de dólares.
Parte do forte ingresso de capital se direcionou à bolsa de valores, que registrou compras líquidas de quase R$ 2 bilhões na primeira semana do mês. (G1)