Acordo feito com a Enersul no ano passado congelou a tarifa de energia elétrica e ainda ressarciu alguns clientes que foram lesados com contas abusivas. Cerca de R$ 150 milhões ainda faltam ser ressarcidos, mas já há notícias de que, caso não haja reajuste no preço da tarifa este ano, em 2010 esse aumento pode chegar a 25%.
O que acontece hoje é que a Enersul concede créditos a seus clientes, preferencialmente às indústrias e com isso, acaba mascarando o real valor da tarifa, podendo produzir um "tarifaço" no ano que vem.
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, faz um alerta quanto aos riscos que os consumidores estão correndo, na medida em que este novo valor de reajuste não indica o crédito a que cada um tem direito. “Se a empresa já estiver contabilizando os créditos nos valores cobrados atualmente poderemos ter uma explosão da tarifa muito em breve”, destacou Longen, que também é presidente do Conselho de Consumidores da Enersul (Concen).
Assim, ele defende que seja feito o realinhamento parcial da tarifa este ano, pelos fatores de correção oficiais, e que se faça a atualização compensatória dos créditos pelos mesmos índices. “É o certo e o justo. Só assim também vamos ficar sabendo qual é o nosso crédito,” sugere.
Ele também combate a tese de que as tarifas estão congeladas. “Isso é uma maneira de confundir o consumidor. O que está acontecendo é que as tarifas vem sofrendo deságios por conta dos créditos e quando acabarem, naturalmente, teremos a correção de uma só vez, chegando ao tarifaço”, complementou.
Aumento
Segundo Longen, o acordo feito ano passado para congelamento da tarifa, não estabeleceu a separação entre o valor real da taxa e o crédito. “É previsível que os créditos deixem de ser descontados ano que vem. Também é fácil prever que a tarifa vai aumentar muito quando isso acontecer”, advertiu.
O presidente da Fiems e do Concen cobra uma posição da Enersul para os consumidores quanto aos créditos a que cada um tem direito e seus valores. “Precisamos ter acesso a esta planilha. Hoje ninguém sabe o que é valor de tarifa e o que é crédito. Só sabemos que estamos pagando”, ponderou.
Nesse sentido, já se reuniu com a direção da empresa e encaminhou requerimento para esclarecer a situação. “O consumidor precisa saber, às claras, quanto paga de tarifa e quanto ainda tem de crédito”, destacou.
