As escolas particulares de Campo Grande devem reajustar suas mensalidades em até 10% no próximo ano. O índice, que supera a inflação oficial do período (4,68%), tem sido justificado por diretores escolares como uma tentativa de recompor perdas financeiras acumuladas durante a pandemia de Covid-19.
De acordo com representantes do setor, muitas instituições ainda enfrentam dificuldades para equilibrar as contas, mesmo três anos após o período mais crítico da crise sanitária. “Durante a pandemia, algumas escolas perderam até 60% do faturamento. Hoje, a recuperação é lenta e não conseguimos repor tudo o que foi perdido”, afirmou um gestor de escola privada.
A pandemia trouxe impactos diretos sobre o funcionamento das escolas. Entre março e setembro de 2020, aulas presenciais foram suspensas por determinação do município, afetando diretamente a rotina das instituições. Quando houve o retorno, ele ocorreu com restrições de distanciamento, menos alunos por sala e regras rígidas, o que reduziu a receita das escolas por um período prolongado. A normalização completa das atividades só aconteceu em 2022, com o avanço da vacinação.
Mesmo com o aumento anual das mensalidades, que vem ocorrendo desde o fim da pandemia, o setor afirma que o valor continua sendo corrigido acima da inflação para compensar os prejuízos do passado. “Temos trabalhado com reajustes entre 5% e 10% nos últimos anos. É uma necessidade para manter a estrutura e a qualidade dos serviços oferecidos”, destacou outro representante.
Uma pesquisa local mostrou que os valores das mensalidades em Campo Grande variam bastante entre as escolas. Para estudantes do ensino fundamental, por exemplo, os preços vão de R$ 488 até R$ 3.600, dependendo do período (integral ou meio período) e da série. Já no ensino médio, os valores podem ultrapassar os R$ 3.600 nas opções de tempo integral.