O vazio sanitário em Mato Grosso do Sul, um período de 90 dias em que a semeadura e a manutenção de plantas de soja são proibidas em uma área delimitada, terminou na última sexta-feira (15).
A medida, que visa conter o fungo causador da ferrugem asiática. De acordo com o consultor técnico do Sistema Famasul, Lenon Lovera, ressalta a importância desse período de restrição anualmente estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para todos os estados produtores do país. "A ferrugem asiática é considerada uma das doenças mais graves da soja, podendo afetar a planta em qualquer estágio fenológico, com perdas de produtividade que variam de 10% a 90% em algumas regiões", detalha.
Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária de Soja (Embrapa Soja) demonstra que o vazio sanitário contribui significativamente para a redução do inóculo da ferrugem asiática. Os dados revelam que o fungo causador é biotrófico, dependendo de um hospedeiro vivo para se desenvolver e se reproduzir. Portanto, eliminando as plantas de soja na entressafra, interrompe-se o ciclo do fungo e reduz-se o número de esporos no ambiente.
A confirmação da ferrugem asiática é feita pela observação de saliências semelhantes a pequenas feridas ou bolhas no verso das folhas, que correspondem às estruturas de reprodução do fungo.
Além de marcar o fim do vazio sanitário, o dia 15 de setembro também assinala o início oficial da semeadura da soja, com um evento promovido pela Aprosoja/MS, com apoio da Famasul. Durante a cerimônia, foram apresentados dados e estimativas para a safra 2023/2024, incluindo a área semeada, a produção e a produtividade esperadas.