Apesar de registrar a maior área plantada da história, com 4,525 milhões de hectares, Mato Grosso do Sul encerrou a safra 2024/2025 de soja com queda na produtividade e redução na produção total, segundo a Aprosoja/MS.
A produção foi de 14,06 milhões de toneladas, inferior às 15,007 milhões da safra anterior (2022/2023). A produtividade média estadual ficou em 51,79 sacas por hectare (sc/ha) — abaixo do recorde de 62,44 sc/ha registrado em 2022/2023, o que posiciona a safra atual em sexto lugar no ranking de eficiência produtiva do Estado.
Disparidade entre regiões
Dados do projeto Siga/MS apontam grande variação regional na produtividade:
Região Norte: 72,01 sc/ha
Região Central: 52,63 sc/ha
Região Sul: 46,29 sc/ha
Municípios como Costa Rica (78,36 sc/ha), Chapadão do Sul (77,03 sc/ha), São Gabriel do Oeste (74,78 sc/ha), Maracaju (72,06 sc/ha) e Paraíso das Águas (70,72 sc/ha) superaram a média estadual com folga, evidenciando a influência das condições climáticas mais favoráveis e da tecnologia empregada.
Por outro lado, cidades como Dourados (39,99 sc/ha), Sidrolândia (49,16 sc/ha), Ponta Porã (49,70 sc/ha) e Rio Brilhante (50,97 sc/ha), mesmo com grandes áreas plantadas, tiveram desempenho abaixo da média, contribuindo para a redução da produtividade estadual.
Irrigação como diferencial
A irrigação tem se mostrado um fator crucial para a resiliência produtiva. Municípios como Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Selvíria, Água Clara e Paranaíba — onde a soja é majoritariamente cultivada sob irrigação — apresentaram índices produtivos elevados, destacando o potencial da tecnologia para mitigar efeitos climáticos adversos.
A análise da safra revela que, embora o Estado tenha avançado em área plantada, a produtividade permanece vulnerável às variações climáticas. A ampliação de práticas como a irrigação pode ser determinante para garantir mais estabilidade e eficiência nas próximas safras.